The Formula 1 Widget
requires Adobe Flash
Player 7 or higher.
To view it, click here
to get the latest
Adobe Flash Player.

domingo, 27 de novembro de 2011

Com ajuda, Mark Webber vence em Interlagos


Para dar a vitória a Mark Webber, a primeira e única do australiano em 2011, a Red Bull protagonizou cenas "à la Ferrari", alardeando a todo momento no rádio de Sebastian Vettel, mensagens essas que foram levadas ao ar pela transmissão oficial, que a caixa de câmbio no carro do atual bicampeão estava com sérios problemas, e por isso determinavam ao piloto que fizesse a troca de primeira para segunda, e de segunda para a terceira marchas antecipadamente, sem que os giros chegassem ao limite.

Ao que parece, eram mensagens "cifradas" do time austríaco para que Vettel abrandasse e deixasse Webber assumir a ponte e, finalmente, vencer uma na atual temporada, vez que o carro do alemão não aparentava nenhum defeito no câmbio.

Pouco antes de Webber passasse à frente, a mensagem a Vettel foi para que ele antecipasse a troca em todas as marchas, e não só entre primeira e terceira, talvez porque o jovem tedesco parecia não desejar abrir mão de mais uma vitória, e terminar o ano como começou, na frente.

De início, poucos acreditavam que se tratava de um jogo de equipe, mas depois, quando Vettel mostrava que tinha ritmo para acompanhar o andamento de Webber, chegando a fazer, em uma determinada fase da corrida, a melhor volta até então, ficou clara a intenção da Red Bull.

A atitude do time, no entanto, é um tanto estranha, e soa a hipocrisia, principalmente porque as ordens de equipe, desde aquele incidente em Hockenheim no ano passado, não são mais considerados como ilegais, não havendo necessidade de um teatro desse porte para permitir a vitória do seu segundo piloto.

Talvez tudo isso aconteceu em razão da suposta política da Red Bull que não interferir no resultado final de uma corrida com ordens de equipe. Foi isso, aliás, que o time vez em 2010, dizendo até o final que não determinaria que um de seus pilotos abrisse passagem para o outro, ainda que perdesse um título por causa disso.

Assim, para não se fazer de forma escancarada, Christian Horner e sua trupe inventaram um problema de câmbio inexistente no carro de Vettel para que tudo fosse mais palatável, ainda que tenham feito de forma a subestimar a inteligência daqueles que assistiam à corrida.

O mais engraçado de tudo foi a atitude da Ferrari que, em seu twitter oficial, disse que Webber ultrapassou Vettel de uma forma interessante. É justamente o roto falando do rasgado.


Fato é que a Red Bull não teve adversários em Interlagos, tal qual aconteceu em 2009 e no ano passado, sendo esta a segunda dobradinha consecutiva do time em solo brasileiro, coroando uma temporada de domínio que relembrou a época de Schumacher/Ferrari no início dos anos 2000, preparando a todos pelo que ainda deve vir, já que a supremacia de Vettel promete continuar em 2012.

Com outra atuação equilibrada, Jenson Button fechou o último pódio do ano, se recuperando de uma ultrapassagem no Laranjinha por fora de Alonso na 11ª volta, para retomar o lugar do espanhol a dez giros do fim, aproveitando-se, claro, do problema que o Ferrari 150º Itália possui com os pneus médios.

O time vermelho, aliás, foi a grande derrotada em Interlagos. Alonso perdeu a chance de ser novamente vice-campeão, e Felipe Massa se arrastou na pista com uma tática de duas paradas, que foi explicada pelo brasileiro como necessária, já que um dos pneus macios utilizados na qualificação no sábado tinha um furo, e dois stints com os compostos médios estavam foram de cogitação.

Ainda sim, Massa tinha grandes chances de chegar à frente de Hamilton, que evidentemente sofria de problemas de câmbio, se o britânico não tivesse abandonado a prova na metade quando sua transmissão foi para o espaço

O ponto alto do brasileiro na temporada, no entanto, veio apenas ao final da última corrida, quando, a bordo da Ferrari, deu àqueles que estavam na arquibancada da reta Emerson Fittipaldi o deleite de assistir aos donuts que ele protagonizou antes de se dirigir aos boxes.

Interlagos também recompensou o grande fim de temporada da Force India, que teve ambos os seus pilotos na zona de pontuação, com Sutil em um surpreendente sexto lugar, depois de vencer grande batalha com Rosberg, e Di Resta em oitavo.

Discreto, Kamui Kobayashi também fez grande corrida, conquistando um importante nono lugar, e dois pontos, para a Sauber, que ainda chegou a alertar o japonês para ir "com calma" para cima de Paul di Resta, já que o time necessitava daquele resultado.

A grande polêmica da prova ficou para a disputa entre Michael Schumacher e Bruno Senna, que acabaram se tocando na volta dez, levando a um furo no pneu do alemão, e à punição ao brasileiro.

Longe do "oba-oba" feito pela Rede Globo, considero que a decisão dos comissários de declarar Bruno Senna culpado pelo toque foi excessiva demais, e não representou aquilo que se viu em pista, e talvez o fato de Schumacher ter sido o grande prejudicado com o furo no pneu traseiro esquerdo tenha pesado na decisão de levar o brasileiro a pagar um drive through.

Na tentativa de evitar um revide de Senna no esse à frente, Schumacher cortou a frente do brasileiro, causando o primeiro toque de ambos, fazendo com que o alemão tivesse de abrir a curva, levando o piloto da Renault a mergulhar por dentro, ambos já acima do limite de aderência.

O toque foi inevitável, razão pela qual penso que se tratou mais de um incidente de corrida, como já vimos várias vezes ali mesmo nesse ponto nos anos anteriores, sem que ninguém tenha sido punido. É só relembrar a disputa entre Alguersuari e Barrichello no ano passado e naquele próprio local, ou mesmo, ainda em 2010, a briga entre Alguersuari e Kobayashi no grampo em Suzuka.

Por tudo isso, o melhor do GP do Brasil foram mesmo as voltas que Nelson Piquet deu ao volante do Brabham BT49C/Ford Cosworth DFV V8, carro que levou o brasileiro ao seu primeiro título da carreira na Fórmula 1 há trinta anos, e que hoje faz parte da coleção privada de Bernie Ecclestone.


Essa foi a classificação final do GP do Brasil:

Mark Webber (AUS)Red Bull/Renault71 voltas em 1h32min17s464
Sebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renaulta 16s983
Jenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benza 27s638
Fernando Alonso (ESP)Ferraria 35s048
Felipe Massa (BRA)Ferraria 1min06s733
Adrian Sutil (ALE)Force India/Mercedes-Benza 1 volta
Nico Rosberg (ALE)Mercedes GPa 1 volta
Paul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benza 1 volta
Kamui Kobayashi (JAP)Sauber/Ferraria 1 volta
10ºVitaly Petrov (RUS)Renaulta 1 volta
11ºJaime Alguersuari (ESP)Toro Rosso/Ferraria 1 volta
12ºSébastien Buemi (SUI)Toro Rosso/Ferraria 1 volta
13ºSérgio Pérez (MEX)Sauber/Ferraria 1 volta
14ºRubens BarrichelloWilliams/Coswortha 1 volta
15ºMichael Schumacher (ALE)Mercedes GPa 1 volta
16ºHeikki Kovalainen (FIN)Lotus/Renaulta 2 voltas
17ºBruno Senna (BRA)Renaulta 2 voltas
18ºJarno Trulli (ITA)Lotus/Renaulta 2 voltas
19ºJérôme D'Ambrosio (BEL)Virgin/Coswortha 3 voltas
20ºDaniel Ricciardo (AUS)HRT/Coswortha 3 voltas

Com o pódio, Jenson Button confirmou o vice-campeonato, um prêmio ao britânico nesta temporada de 2011 depois de grandes apresentações.

Ajudado pela equipe Mark Webber ficou com o terceiro lugar, passando Fernando Alonso por apenas um ponto, deixando claro o quanto decaiu o australiano depois de dominar a primeira metade do campeonato do ano passado.

O brilhante sexto lugar de Adrian Sutil o fez ascender da 11ª para a nova posição, passando Heidfeld e Petrov, e deixa claro que ainda tem capacidade para continuar na Fórmula 1, em que pese a decisão do seu time em, provavelmente, colocar Nico Hülkenberg em seu lugar.

 Sebastian Vettel392
 Jenson Button270
 Mark Webber258
 Fernando Alonso257
 Lewis Hamilton227
 Felipe Massa118
 Nico Rosberg89
 Michael Schumacher76
 Adrian Sutil42
10º Vitaly Petrov37
11º Nick Heidfeld34
12º Kamui Kobayashi30
13ºUnited Kingdom Paul di Resta27
14º Jaime Alguersuari26
15º Sébastien Buemi15
16º Sérgio Pérez14
17º Rubens Barrichello4
18º Bruno Senna2
19º Pastor Maldonado1
20º Pedro de la Rosa0
21ºItaly Jarno Trulli0
22º Heikki Kovalainen0
23ºItaly Vitantonio Liuzzi0
24º Jérôme D'Ambrosio0
25º Timo Glock0
26º Narain Karthikeyan0
27º Daniel Ricciardo0
28º Karun Chandhok0

No campeonato de construtores, nenhuma modificação. A Force India, por muito pouco, não rouba o quinto lugar da Renault, que pouco fez nas últimas provas.

O nono lugar de Kamui Kobayashi permitiu que a equipe Sauber conseguisse assegurar o sétimo lugar no certame, à frente da Toro Rosso, que também andou muito bem na segunda metade da temporada.

 Red Bull650
United Kingdom McLaren497
Italy Ferrari375
 Mercedes GP165
 Renault73
 Force India69
 Sauber44
Italy Toro Rosso41
United Kingdom Williams5
10º Lotus0
11ºSpain HRT0
12ºUnited Kingdom Virgin0

Para 2012 só restam algumas vagas, e que estão sendo disputada a tapas por vários pilotos, inclusive três brasileiros, Rubens Barrichello, Bruno Senna e Lucas di Grassi.

Certo é que as quatro principais equipes, Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes GP continuam como estão, com a primeira mantendo a dupla de pilotos desde 2009, e as demais desde 2010.

Sem inovações no campo técnico, a novidade ficaria para a estreia de uma nova pista no calendário, o GP dos Estados Unidos, em Austin, no Texas, mas o governo local não quis bancar a brincadeira, e o evento foi cancelado.

Das vinte provas inicialmente previstas, além da corrida norte-americana, correm o risco de ser riscados também o GP do Bahrein, pelos mesmos motivos políticos que não permitiram que ele não acontecesse em 2011, e o GP da Coreia, cujos organizadores pretendem a rever do valor do contrato para menor, algo que certamente não é do feitio do Bernie Ecclestone.

O ano de 2012 começa com o lançamento dos novos carros, que deve ficar para o fim do mês de janeiro, e com os testes de inverno, tudo para que, em 18 de março, todos estejam alinhados para a disputa do GP da Austrália.

Nenhum comentário:

Postar um comentário