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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Rally da Grã-Bretanha



Em conjunto com a penúltima etapa da Fórmula 1, aconteceu no País de Gales o Rally da Grã-Bretanha (Wales-GB Rally) entre os dias 10 e 14 de novembro, tradicionalmente o último evento no calendário do WRC, o Campeonato Mundial de Rally, contendo um total de 23 estágios cronometrados, três na quinta-feira, oito na sexta-feira, seis no sábado e os últimos seis no domingo, totalizando 353,53 quilômetros de competição, ou 1.860,80 quilômetros se computados também os trechos de deslocamento.

Além do piso de cascalho, o Rally da Grã-Bretanha, disputado desde 1932, porém no calendário da categoria desde 1973, sendo, portanto, um dos mais antigos do mundo, contou com o tradicional tempo chuvoso da região, principalmente nos dois primeiros dias, transformando a superfície dos percursos em lama pura, dando bastante trabalho aos pilotos ao tentar controlar os potentes carros sobre terreno bastante escorregadio, facilitando um festival de rodadas e saídas de pista, incidentes que, inclusive, selaram a disputa pelo título de 2011.

Baseado na cidade de Cardiff, os organizadores introduziram uma série de novidades para este ano, com dois estágios no asfalto na quinta-feira às margens do Canal de São Jorge, com vistas para o Mar Celta, os quais não eram usados desde 1981. Na sexta-feira, também houve novas superespeciais nas florestas de Dyfi e Dyfnant, ambas fora do percurso desde 1996 e 1997, respectivamente.

Depois de apresentações apagadas, Mikko Hirvonen, que só chegou à última etapa com chances de título graças à ajuda das ordens de equipe impostas ao seu colega de Ford, Jari-Matti Latvala, precisava chegar à frente de Loeb, vencendo a competição e o power stage.

Com a glória à vista, o finlandês resolveu acordar e, apesar de terminar a quinta-feira no terceiro lugar, conseguiu dar a volta por cima, passando à liderança no segundo estágio da sexta-feira, mas o sucesso foi "sol de pouca" dura, já que na superespecial seguinte Hirvonen abusou da velocidade em uma curva rápida à esquerda, rodou e acertou algumas árvores com a frente do carro.

Apesar de ter conseguido retornar à pista, o destino de Hirvonen estava definido, já que o acidente destruiu o radiador, causando superaquecimento no motor, levando-o ao abandono posterior, mas não sem antes o time ter tentado de tudo para reparar os danos.

Com o piloto da Ford fora de combate, o título ficou automaticamente decidido em favor de Sébastien Loeb, que agora conta com impressionantes oito conquistas consecutivas, ultrapassando a marca de sete campeonatos que Michael Schumacher estabeleceu na Fórmula 1.

Sem mais nada a perder, com o octacampeonato no bolso, Loeb passou a lutar pela vitória, mas foi surpreendido pela velocidade de Jari-Matti Latvala, sedento em acabar com o jejum que durava desde agosto do ano passado.

No fim, Loeb não parecia muito decepcionado quando teve de abandonar após um acidente bizarro em um trecho de ligação entre os estágios 18 e 19, já no domingo. O francês colidiu de frente com um carro de passeio em uma estrada bem estreita. O motorista do outro carro, um espanhol torcedor de Sordo, ao cruzar com Loeb, esqueceu que estava na Grã-Bretanha, e desviou para a direita, e não para esquerda, em razão das mãos trocadas, acertando o Citroën do francês, que vinha pelo lado certo. Apesar do impacto não ter sido forte, já que ambos estavam a baixa velocidade, Loeb não teve como continuar.

Assim, Latvala, que chegou a abrir mão de vitórias em favor de seu companheiro durante o ano, garantiu a vitória em Gales, conquista que não deve ser atribuída apenas à falta de adversários, bem porque o jovem finlandês da Ford teve um andamento impressionante durante todo o fim de semana, inclusive arrancando elogios de Loeb que, por mais que tentasse, não conseguia superar Latvala.

Sébastien Ogier, por outro lado, esteve bastante apagado durante a competição, principalmente em razão de um acidente ainda na quinta-feira, o qual danificou o Citroën.

O francês, porém, retornou à competição pelas regras do "super-rally", e ainda ficou com os três pontos extras por ter vencido o power stage, com o tempo de 2min41s3. Sordo, que também sofreu bateu ainda no começo da competição (SS5, a primeiro super-especial da sexta-feira) e voltou a correr do mesmo modo que Ogier, ficou com os dois pontos extras ao marcar o tempo de 2min44s0, deixando Latvala com o terceiro lugar no estágio, e apenas um ponto de bonificação, com o tempo de 2min44s5.

Com os principais nomes da categoria fora da disputa, muitos pilotos "fizeram a festa". Mads Ostberg, por exemplo, conseguiu chegar na segunda posição, igualando seu melhor resultado na carreira, conquistado na Suécia, no começo do ano.

O último lugar do pódio acabou nas mãos de Henning Solberg, depois de uma batalha intensa com Kris Meeke, que chegou a descontar mais de cinquenta segundos para o norueguês, mas cometeu um erro e rodou no power stage, frustrando as esperanças do britânico em conquistar um terceiro lugar no evento "de casa".

O irmão de Henning, Petter Solberg, vinha bem, e certamente terminaria no pódio, mas sofreu uma quebra na bomba de combustível no trecho de ligação entre os estágios 11 e 12, no sábado, e por isso abandonou a competição.

O grande destaque do rally foi o estoniano Ott Tänak, vice-campeão da Super 2000, recrutado pela M-Stobart para correr, pela primeira vez, em um carro da divisão principal da categoria. Além disso, Tänak foi o primeiro a utilizar os pneus chineses DMack, que farão concorrência à Michelin em 2012. Com o Ford Fiesta, Tänak ficou com a sexta posição, e é visto como uma grande promessa na categoria.

O americano stuntman Ken Block também conseguiu chegar à zona de pontuação pela segunda vez na temporada, mesmo após um pequeno incidente na SS14 no sábado, quando acertou um portão, destruindo a carenagem dianteira esquerda, danos que, felizmente, foram só estéticos, pois nenhuma parte vital foi atingida.

Enquanto isso, Kimi Räikkönen, que deve ter feito o seu último rally, pois está cotado para voltar à Fórmula 1 pela Williams, mesmo depois de fazer juras de amor ao WRC e repudiar a categoria máxima do automobilismo, chegou a figurar na sexta posição, mas capotou seu Citroën na SS12, no sábado. Apesar de ter conseguido voltar à pista com a ajuda de espectadores, o finlandês teve de abandonar em razão dos sérios danos ao carro.

Em Gales, tivemos novamente dois pilotos representando as cores do Brasil no WRC, Daniel Oliveira e Paulo Nobre, que abandonou o seu antigo Mitsubishi Lancer EvoX para correr também com um Mini Cooper, como Oliveira.

De volante novo, Nobre e seu navegador Edu Paula ficaram com a 29ª colocação na classificação geral, o que foi comemorado pela dupla, principalmente por ter sido a primeira vez em um carro da categoria principal do WRC.

Já Daniel Oliveira ficou apenas com a 35ª posição no geral após uma quebra da transmissão na SS14, no sábado, o que o atirou para o 54ª posto.

Esses foram os que marcaram pontos no Rally da Grã-Bretanha, no País de Gales:

Jari-Matti Latvala (FIN) Ford Fiesta
Mads Ostberg (NOR) Ford Fiesta
Henning Solberg (NOR) Ford Fiesta
Kris Meeke (GBR) Mini Cooper
Matthew Wilson (GBR) Ford Fiesta
Ott Tänak (EST) Ford Fiesta
Evgeny Novikov (RUS) Ford Fiesta (privado)
Dennis Kuipers (HOL) Ford Fiesta (privado)
Ken Block (EUA) Ford Fiesta (privado)
10º Armindo Araújo (POR) Mini Cooper

Com o mais puro anticlímax, já que ambos os postulantes do título acabaram abandonando, o Mundial de Rally foi encerrado.

Apesar do título novamente ter acabado nas mãos de Loeb, viu-se que o francês teve um pouco mais de dificuldade, já que nos outros anos a conquista veio com etapas de antecedência, o que pode ser prenúncio para um grande 2012.

 Sébastien Loeb 222
 Mikko Hirvonen 214
 Sébastien Ogier 196
 Jari-Matti Latvala 172
 Petter Solberg 110
 Mads Ostberg 88
 Matthew Wilson 63
 Daniel Sordo 59
 Henning Solberg 59
10º  Kimi Räikkönen 34
11º  Kris Meeke 25
12º  Dennis Kuipers 21
13º  Frederico Villagra 20
14º  Khalid Al-Qassimi 15
15º  Ott Tänak 15
16º  Juho Hänninen 14
17º Evgeny Novikov 12
18º  Hayden Paddon 10
19º  Martin Prokop 7
20º  Per-Günnar Andersson 6
21º  Michal Kosciuszko 6
22º  Ken Block 6
23º  Armindo Araújo 5
24º  Oleksander Saliuk 4
25º  Peter van Merksteijn 2
26º  Benito Guerra 2
27º  Pierre Campana 2
28º  Bernardo Sousa 1
29º  Patrik Flodin 1

Com a disputa da última etapa, o campeonato de construtores se manteve inalterado, já que o título restou definido na Espanha, deixando a Ford com o vice, já que inalcançável pelos demais.

Citroën WRT 403
Ford WRT 376
Stobart-M Ford 178
Petter Solberg WRT 98
FERM Power Tools WRT 54
Team Abu Dhabi 54
Munchi's Ford 38
Monster WRT 27
Van Merksteijn Motorsport 16
10º Brazil WRT 7

Encerrou-se em 2011 o primeiro ano de uma nova era no WRC, após a mudança dos carros com motores de dois litros para modelos de 1,6 litros turbinados, baseados nos antigos Super 2000.

O ano de 2011 também ficou marcado pelo retorno do Mini Cooper, fabricado pela BMW, cujo projeto foi capitaneado pela Prodrive de David Richard, e que no ano que vem deverá fazer a primeira temporada completa.

Para o ano que vem aguarda-se a Saab, que chegou a manifestar a sua ida para a categoria, e para 2013 já é certa a volta da Volkswagen, com o modelo Polo S.

O calendário da próxima temporada foi divulgado, e terá novamente treze etapas, iniciando-se nos dias 17 a 22 de janeiro com o tradicionalíssimo Rally de Monte Carlo, o qual completará o seu 80ª aniversário, e que estava de fora do WRC desde 2008, quando foi vencido por Sébastien Loeb.

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