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domingo, 25 de março de 2012

Fernando Alonso vence corrida inacreditável


Ninguém, em sã consciência, poderia dizer após os testes de inverno que a Ferrari terminaria a temporada asiática com um pódio, e muito menos com uma vitória, já que o F2012 é nada menos do que um dos piores carros já produzidos em Maranello.

Entretanto, Fernando Alonso, justamente aquele que lutou contra o reinício da prova, conforme veiculado durante a corrida, aproveitou muito bem a única situação que poderia lhe render esse excepcional resultado, a chuva que normalmente cai na Malásia no fim de tarde. Ao se ver na liderança depois de colocar os pneus intermediários já na fase pós-safety car, espanhol agarrou a chance, pilotando com maestria o deficiente modelo, não se abalando com a forte pressão que sofreu de Pérez.

O que Alonso fez, vencer com um carro que é incapaz de chegar ao pódio em condições normais, é realmente mágico, digno de um piloto com "P" maiúsculo e realmente foi outra corrida memorável, como sempre acontece quando a chuva aparece. Quem não se lembra da vitória de Button no Canadá, sobrevivendo a dois acidentes, um drive through e mais três paradas para troca de pneus?

É claro que o campeão de 2005 e 2006 contou com uma pequena ajuda da McLaren e seus pilotos. Jenson Button, por exemplo, "deu uma de Hamilton", foi afobado e perdeu a asa dianteira na traseira de Karthikeyan enquanto brigavam por posições, jogando sua corrida fora. Já Lewis Hamilton sofreu com os erros do time em pelo menos dois pit stops, fazendo-o perder tempo precioso, o que impediu o campeão de 2008 a retornar à frente de Alonso após o período do carro de segurança, jogando fora a segunda pole position, trocando-a por outro terceiro lugar na corrida.

Todavia, é importante deixar claro que Hamilton, durante praticamente toda a corrida, sabe-se lá por qual razão, não conseguiu andar no ritmo de Alonso, e apenas os problemas nas paradas não explicam a diferença de quase quinze segundos ao final.

O nome da prova, por outro lado, não foi o espanhol da Ferrari, mas sim Sérgio Pérez, que correu em Sepang como um veterano campeão, que ainda não é, mas sem dúvida alguma tem potencial para chegar lá.

O mexicano foi muito feliz na opção estratégica ao apostar em colocar os pneus de chuva logo ao final da volta inaugural, que o colocou apenas atrás das McLarens naquela altura, chegando a liderar a prova após a saída do safety car até ser ultrapassado por Alonso na volta dezesseis.

Enquanto a pista secava, Pérez foi sistematicamente mais rápido que Alonso, tirando uma média de meio segundo por volta, mas a demora da Sauber em chamar seu piloto para trocar os pneus intermediários para os slicks fez com que o espanhol ganhasse um pouco de fôlego, mas não por muito tempo, já que Pérez continuou sua caçada pela sua primeira vitória em sua segunda temporada, chegando a ser dois segundos mais rápido que Alonso, e a ultrapassagem era algo inevitável, sendo evidente a diferença de desempenho dos dois carros, já que o mexicano estava calçado com os pneus prime enquanto que o espanhol contava com os pneus option, mais macios.

Quando Pérez já estava colado em Alonso, inclusive dentro da margem que permitia o uso da asa traseira móvel, veio a controvertida ordem da Sauber para que o seu piloto mantivesse a posição, e não há nada que tire da minha cabeça que se tratou de uma ajuda direta para que a Ferrari não perdesse aquela vitória salvadora, afinal, Pérez faz parte do programa de jovens talentos de Maranello e a própria Sauber possui fortes ligações com a marca italiana, não sendo por acaso o fato da equipe suíça ser equipada com o motor da própria Ferrari.

Digo isso em razão das próprias circunstâncias de corrida, pois se era para resguardar o segundo lugar, por que a Sauber deixou que seu piloto forçasse o ritmo, fazendo seguidamente a volta mais rápida da prova por várias vezes, com o risco de sair da pista naquelas condições que ainda eram traiçoeiras (como de fato aconteceu a sete voltas do fim) ou mesmo de uma quebra repentida, para dar uma ordem dessas no momento em uma ultrapassagem sobre a Ferrari era iminente?

A ajuda da Sauber à Ferrari não é coisa nova. Em 1997, durante o GP da Europa em Jerez de la Frontera, o retardatário Norberto Fontana foi instruído a segurar Jacques Villeneuve quando o canadense estava prestes a colocar uma volta sobre o argentino com o intuito de beneficiar Michael Schumacher, que então liderava a corrida decisiva, fato que Fontana, em 2006, admitiu mencionando, inclusive, que a ordem partiu de Jean Todt, então chefe de equipe da Ferrari.

Nada disso, porém, apaga o feito de Pérez em Sepang, chegando ao seu primeiro pódio na categoria desde que estreou no ano passado. Aliás, é o primeiro pódio de um piloto mexicano desde o GP da Holanda de 1971, oportunidade em que Pedro Rodríguez terminou a prova em Zandvoort a bordo de um BRM também com um segundo lugar.

Trata-se também do primeiro pódio da Sauber desde que Robert Kubica terminou em segundo a prova em Interlagos no ano de 2009, época em que o time suíço tinha associação com a BMW. O último pódio da Sauber como equipe independente havia sido em 2003, quando Heinz-Harald Frentzen ficou com o terceiro lugar no GP dos Estados Unidos, em Indianápolis.

De se destacar, também, a excepcional corrida de Bruno Senna, que se recuperou de uma saída de pista na primeira volta após se enganchar com seu colega de equipe e de sofrer uma ultrapassagem por fora de Daniel Ricciardo na curva 5, a primeira perna do "esse" rápido, para fazer oito ultrapassagens, grande parte delas nas difíceis condições de pista úmida, e terminar num importante sexto lugar, o seu melhor resultado na carreira, e o melhor da Williams desde o GP da Cingapura de 2010, dando ao time quase o dobro de pontos em relação ao que foi coletado no ano passado inteiro.

Outro digno de nota é Jean-Éric Vergne, que colheu os frutos da coragem de se manter com os pneus intermediários naquela forte chuva no início da prova, sendo beneficiado com a bandeira vermelha, o que o permitiu colocar os pneus de tarja azul e se igualar aos demais. Mesmo com uma posterior saída de pista, o jovem francês, que fez apenas sua segunda prova na Fórmula 1, se redimiu da última volta em Melbourne e marcou seus primeiros pontos ao chegar em oitavo.

Grande resultado para a Force India, único time que conseguiu colocar seus dois carros na zona de pontuação na Malásia, dando a Hülkenberg seus primeiros pontos na nova equipe.

Já a Red Bull, com um carro que em nada lembra os anos de 2009, 2010 e, principalmente, 2011, ficou apenas com os pontos do quarto lugar de Mark Webber, já que Sebastian Vettel, que buscava uma vaga no pódio, teve um pneu furado depois de uma desastrada participação de Narain Karthikeyan, obrigando o atual bicampeão a uma parada não programada a cinco voltas do fim, o que o deixou sem pontos pela primeira vez desde o GP da Bélgica de 2010.

As grandes decepções da prova ficaram, novamente, por conta de Felipe Massa e do time da Mercedes.

O time da estrela de três pontas, apesar de rápida, sofre demais com o desgaste excessivo dos pneus, virando presa fácil para os rivais no decorrer da prova. Ainda sim, Schumacher, mesmo caindo para o fundo do pelotão ao ser tocado por Romain Grosjean na primeira volta, conseguiu salvar o primeiro ponto do time em 2012, o que é uma frustrante para quem achava que estaria na disputa pelas vitórias.

Quem deve ficar realmente preocupado é Felipe Massa. Depois de ser ferozmente criticado pela imprensa italiana durante toda a semana depois do que ele (não) fez em Melbourne, o que será que vem por aí agora que foi "massa-crado" (captaram?) por Alonso em Sepang. O processo de fervura de Massa estará, literalmente, a todo vapor!

É certo que a vitória de Alonso se deu por circunstâncias especiais, mas mesmo assim como explicar chegar apenas em 15º lugar, quase uma volta atrás do espanhol, com ambos pilotando o mesmo carro?

A mudança do chassi, ao que parece, não surtiu efeito, já que o brasileiro novamente teve uma atuação capenga, sendo alvo fácil dos demais competidores e por muito pouco não termina a prova atrás da Caterham de Petrov, o que seria por demais humilhante para a própria Ferrari.

Será difícil para Massa, se continuar assim, manter sua vaga na Ferrari diante de tanta incompetência nesse ano de 2012.

Por fim, devo dizer que concordo com a crítica que vem sendo feita em relação ao horário da corrida na Malásia, marcada para as 16:00 horas locais, que propicia interrupções como se viu hoje em razão da forte chuva equatorial que costumeiramente cai no fim de tarde e que pode levar a um encerramento prematuro da prova por falta de luz natural, como aconteceu em 2009 e que poderia ser repetido em 2012 caso a chuva não tivesse amenizado após mais de cinquenta minutos de paralisação.

No entanto, depois de uma corrida maluca como se viu, com desempenhos soberbos de alguns pilotos, principalmente de Fernando Alonso e Sérgio Pérez, e um final dramático, é certo que Bernie Ecclestone tem todos os argumentos possíveis deixar tudo como está, principalmente porque a intenção dele é manter o máximo possível a categoria como manchete nos noticiários.

Essa foi a classificação final do GP da Malásia:

Fernando Alonso (ESP)Ferrari56 voltas em 2h44min51ss812
Sérgio Pérez (MEX)Sauber/Ferraria 02s264
Lewis Hamilton (GBR)McLaren/Mercedes-Benza 14s592
Mark Webber (AUS)Red Bull/Renaulta 17s688
Kimi Räikkönen (FIN)Lotus/Renaulta 29s456
Bruno Senna (BRA)Williams/Renaulta 37s667
Paul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benza 44s412
Jean-Éric Vergne (FRA)Toro Rosso/Ferraria 46s985
Nico Hülkenberg (ALE)Force India/Mercedes-Benza 47s893
10ºMichael Schumacher (ALE)Mercedesa 49s996
11ºSebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renaulta 1min15s527
12ºDaniel Ricciardo (AUS)Toro Rosso/Ferraria 1min16s828
13ºNico Rosberg (ALE)Mercedesa 1min18s594
14ºJenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benza 1min19s720
15ºFelipe Massa (BRA)Ferraria 1min37s319
16ºVitaly Petrov (RUS)Caterham/Renaulta 1 volta
17ºTimo Glock (ALE)Marussia/Coswortha 1 volta
18ºHeikki Kovalainen (FIN)Caterham/Renaulta 1 volta
19ºPastor Maldonado (VEN)Williams/Renaulta 2 voltas - motor
20ºCharles Pic (FRA)Marussia/Coswortha 2 voltas
21ºPedro de la Rosa (ESP)HRT/Coswortha 2 voltas
22ºNarain Karthikeyan (IND)HRT/Coswortha 2 voltas

Com essa surpreendente vitória, Fernando Alonso assume a liderança do campeonato, algo que era impensável há uma semana atrás, nem nos mais otimistas dos prognósticos.

 Fernando Alonso35
 Lewis Hamilton30
 Jenson Button25
 Mark Webber24
 Sérgio Pérez22
 Sebastian Vettel18
 Kimi Räikkönen16
 Kamui Kobayashi8
 Bruno Senna8
10ºUnited Kingdom Paul di Resta
7
11º Jean-Éric Vergne
4
12º Daniel Ricciardo
2
13º Nico Hülkenberg
2
14º Michael Schumacher
1

A McLaren lidera o campeonato de construtores, mas perdeu uma ótima oportunidade para se distanciar da Red Bull nesse início de temporada, o que pode trazer consequências perigosas na decisão pelo título.

A Ferrari, apenas com a pontuação conquistada por Fernando Alonso, deixa a Sauber para trás e assume a terceira colocação na tabela.

United Kingdom McLaren
55
 Red Bull
42
Italy Ferrari
35
 Sauber
30
United Kingdom Lotus
16
 Force India
9
United Kingdom Williams
8
Italy Toro Rosso
6
 Mercedes
1

A Fórmula 1 tem uma pausa de três semanas, retornando apenas no dia 15 de abril, com o GP da China no circuito de Jiading, o que permitirá às equipes uma avaliação sobre esse início de temporada, dando oportunidade para que elas desenvolvam novos componentes nesse período visando uma nova "jornada dupla", já que a quarta etapa, o GP do Bahrein, acontecerá na semana subsequente, no dia 22 de abril.

No ano passado, a prova em Xangai foi vencida por Lewis Hamilton, que na oportunidade quebrou a sequência da Red Bull e de Sebastian Vettel.

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