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domingo, 1 de abril de 2012

Rally de Portugal


O WRC, Campeonato Mundial de Rally da FIA, desembarcou em Portugal para a quarta etapa do certame, com a competição se iniciando já no dia 29 de março, contando com um total de 22 estágios cronometrados, sendo quatro na quinta-feira (incluindo três no período noturno), seis na sexta-feira, seis no sábado e mais seis no domingo, totalizando 434,77 quilômetros de competição, ou 1.564,26 contando os trechos de ligação.

Baseado na cidade de Faro, cerca de 278 quilômetros ao sul de Lisboa, e disputado basicamente em piso de cascalho, porém com alguns trechos em asfalto, o Rally de Portugal contou para esse ano com três novos estágios à noite na região de Algarve, cada um com cerca de doze quilômetros.

Mais rápidos na classificação, os pilotos da Ford, confiando na palavra dos organizadores em relação à poeira,decidiram escolher largar nas últimas posições para evitar serem responsáveis pela "varredura" no primeiro dia. A Citroën, no entanto, preferiu uma estratégia diferente e fez com que seus dois pilotos fossem os primeiros a partir, preferindo a pista crua ao invés de ser prejudicada pela falta de visibilidade pela poeira nos estágios noturnos da quinta-feira.

A estratégia da marca do oval azul foi a mais adequada, colocando seus dois carros na ponta enquanto a Citroën amargava um doloroso abandono de Loeb logo no terceiro estágio do rally, quando o octacampeão cometeu um dos seus raros erros e capotou após entender errado as instruções do seu navegador, danificando por demasia o DS3, obrigando o francês a abandonar logo no início da prova.

Outro que teve problemas no trecho noturno foi Daniel Sordo. O seu Mini Cooper, agora privado após a Prodrive perder o apoio de fábrica da BMW, teve problemas elétricos que fizeram com que seus faróis apagassem quinhentos metros após o início da SS2. Sem visão, foi um pesadelo para o espanhol completar o estágio, vindo a desistir de largar nas demais especiais do dia.

Já na sexta-feira quem ditou o ritmo foi a forte chuva que caiu na região, tornando bastante lamacentas as estradas que compunham o percurso do rally.

Dessa vez quem sofreu revés foram os homens da Ford. Primeiro foi Latvala, que na SS5, o primeiro do dia, acertou uma pedra, rodou na pista e foi parar numa vala, donde não mais conseguiu sair, fazendo valer seu apelido de "Lat-na-vala", tendo de abandonar no dia e retornar com as regas do "super-rally" no sábado.

No estágio seguinte, Petter Solberg, que herdou a liderança após o acidente de Latvala, a poucas centenas de metros do fim da SS6, errou a freada de uma curva à esquerda e saiu reto, caindo em uma vala, de onde também não conseguiu sair.

A sorte do time oficial da Ford é que todos os estágios da tarde de sexta-feira, as SS8, SS9 e SS10, foram canceladas pelos organizadores em razão da falta de segurança devido à forte chuva, combinada com a neblina e a lama, evitando assim um número ainda maior de abandonos logo no segundo dia de competição.

Diante dos problemas de todos os seus mais próximos rivais, a liderança caiu no colo do insosso Mikko Hirvonen. O finlandês, conhecido pela sua segurança e confiabilidade ao volante, em detrimento da velocidade extrema, aproveitou-se do "presente" que lhe foi dado pelos rivais e partiu, mesmo sem ter ganho um só estágio sequer, para a vitória.

Essa seria o primeiro triunfo do finlandês pela Citroën, mas posteriormente em uma inspeção, Hirvonen foi desclassificado por causa do uso de uma embreagem não homologada e de um turbocompressor aparentemente maior do que o permitido pelo regulamento

Em razão disso, Mads Ostberg foi declarado vencedor, sendo esta a primeira vitória na carreira do jovem norueguês, que também se tornou o primeiro piloto em décadas a vencer no WRC com um carro privado, ou seja, sem ter apoio de uma montadora.

A Ford ainda tentou reagir e veio forte nos dois dias restantes. Petter Solberg, por exemplo, que iniciou o sábado na 13ª posição, ao final da manhã já figurava em nono, subindo para sexto após a SS14 até terminar o dia em quinto, o qual se transformou em quarto lugar no início do domingo, chegando muito perto do de roubar a posição do russo Evgeny Novikov após tirar quase três minutos de diferença no domingo. Ao final, o quarto lugar se transformou em terceiro com a desclassificação de Hirvonen.

Jari-Matti Latvala, porém, não teve a mesma sorte, já que na SS14 teve problemas de pressão de combustível e perdeu tempo demais, o que o impediu de terminar o rally na zona de pontuação. Mesmo andando muito forte no domingo, o finlandês não passou da 13ª posição final, o que permitiu apenas marcar pontos pelo Campeonato de Construtores.

O finlandês da Ford, portanto, teve de se contentar com o prêmio de consolação do segundo lugar no power stage, com o tempo de 3min10s7, pelo qual ficou com dois pontos extras. O vencedor da "etapa-bônus" foi Daniel Sordo, com o tempo de 3min10s4. O estoniano Ott Tänak, com o tempo de 3min12s5 ficou, pela primeira vez, com o ponto de bonificação final.

Em razão do grande número de abandonos, principalmente pelos pilotos principais da categorias, muitos coadjuvantes conseguiram em Portugal seus melhores resultados na carreira, como foi o caso de Novikov, com seu primeiro pódio ao ficar com o segundo lugar após a exclusão de Hirvonen.

Outro foi Nasser Al-Attiyah, o campeão do Rally Dakar em 2010. No México, etapa anterior, já havia conquistado o sexto posto, o seu melhor rally até então. Em Portugal, o príncipe catari foi ainda melhor, ficando com o quarto lugar em seu DS3 privado.

O tcheco Martin Prokop e o belga Thierry Neuville também fizeram suas melhores apresentações no WRC, sendo que o piloto da Citroën Junior marcou pontos pela primeira vez na carreira.

O único brasileiro no Rally de Portugal foi Daniel Oliveira que, junto com seu navegador português Carlos Magalhães, conseguiram superar as condições climáticas dos primeiros dias e, por muito pouco, não marcaram pontos. Mesmo assim, a dupla conseguiu um importante 12º lugar, o melhor deles na categoria. De quebra, ainda marcaram oito pontos para o time Brazil WRT no campeonato de construtores.

Esses foram os que marcaram pontos no Rally de Portugal:

Mads Ostberg (NOR) Ford Fiesta (privado)
Evgeny Novikov (RUS) Ford Fiesta
Petter Solberg (NOR) Ford Fiesta
Nasser Al-Attiyah (CAT) Citroën DS3 (privado)
Martin Prokop (TCH) Ford Fiesta (privado)
Dennis Kuipers (HOL) Ford Fiesta
Sébastien Ogier Skoda Fabia S2000
Thierry Neuville (BEL) Citroën DS3
Jari Ketomaa (FIN) Ford Fiesta (privado)
10º Peter van Merksteijn Citroën DS3 (privado)

Hirvonen poderia ter assumido uma improvável liderança caso a sua vitória tivesse sido confirmada. No entanto, em razão da desclassificação, o finlandês caiu do segundo para o quarto posto, deixando a ponta novamente para Sébastien Loeb, seu colega na Citroën, e o segundo lugar para Petter Solberg.

Com a terceira saída de pista em quatro rallies, Jari-Matti Latvala, apontado como o principal rival de Loeb em 2012, amarga uma sexta colocação, atrás das "zebras" Mads Ostberg e Evgeny Novikov.

 Sébastien Loeb 66
 Petter Solberg
61
 Mads Ostberg
53
 Mikko Hirvonen 50
 Evgeny Novikov
39
 Jari-Matti Latvala
28
 Daniel Sordo
21
 Nasser Al-Attiyah  20
 Ott Tänak
15
10º  Martin Prokop
14
11º  Sébastien Ogier
10
12º  François Delecour
8
13º
 Dennis Kuipers
8
14º  Armindo Araújo
7
15º  Henning Solberg
6
16º
 Pierre Campana
6
17º
 Thierry Neuville
4
18º
 Patrik Sandell
4
19º  Jari Ketomaa
2
20º  Ken Block
2
21º  Peter van Merksteijn
1
22º  Eyvind Brynildsen
1
23º  Ricardo Triviño
1

A desclassificação de Hirvonen foi uma benção para a Ford que, tendo pontuado no campeonato de construtores com ambos os seus pilotos, consegue reduzir a diferença que a separa da Citroën.

 Citroën WRT 108
 Ford WRT 96
 M-Sport WRT 69
 Qatar WRT 31
 Mini WRC Team 26
 Citroën Junior WRT 18
 Adapta WRT 12
 Brazil WRT 10

O próximo evento do WRC acontece daqui a quatro semanas, com o Rally da Argentina, que ocorrerá entre os dias 27 a 29 de abril, etapa que Sébastien Loeb não perde desde 2005, à exceção de 2010, ano em que o evento não fez parte do calendário da categoria.

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