The Formula 1 Widget
requires Adobe Flash
Player 7 or higher.
To view it, click here
to get the latest
Adobe Flash Player.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Monte Carlo


Domingo acontecerá nas ruas da majestosa e caríssima Monte Carlo, local de residência de diversos pilotos que escolhem o Principado para fugir do pagamento de impostos cobrados nos outros países, o 70º Grande Prêmio de Mônaco, dos quais apenas 58 foram parte do calendário da Fórmula 1, evento que foi criado por Anthony Noghès em 1929, presidente do Automóvel Clube de Mônaco na década de 1920, para ser disputado em um traçado originalmente muito pouco diferente em relação ao utilizado nos dias atuais, e que foi vencido pelo francês William Grover-Williams, com um Bugatti.

Palco da primeira vitória de Juan Manuel Fangio na Fórmula 1 no ano de 1950, cuja prova foi marcada por um acidente que envolveu diversos carros na primeira volta, o GP de Mônaco teve como maior vencedor o brasileiro Ayrton Senna, com seis conquistas em 1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993, número que pode ser igualado apenas por Michael Schumacher, isso na remota hipótese dele se sagrar ganhador no domingo.

A primeira configuração da pista, com 3,145 quilômetros de extensão, foi utilizada desde os primórdios até 1972, quando foi construída a piscina no trecho final, obrigando os organizadores a incluir uma dupla chicane e a substituir a curva Gasômetro pela La Rascasse, aumentando o traçado para 3,278 quilômetros.

Em 1976 houve duas modificações, a criação de uma leve chicane na curva Anthony Noghès e o estreitamento do ângulo da curva Sainte Dévote, forçando a diminuição de velocidade nesses pontos. Essas alterações deixaram a pista com 3,312 quilômetros de extensão.

Em 1985, por medida de segurança, foi instalada na saída do túnel uma outra chicane, o que aumentou em dezesseis metros o circuito, o qual foi mantido  até 2002 com apenas alguns alargamentos da pista em determinados trechos, o que fez com que o traçado chegasse a 3,370 quilômetros.

Para 2003, todo o trecho final foi remodelado. Os muros da primeira perna do "Esse da Piscina" foram afastados, aumentando a velocidade dos carros nessa parte. Além disso, a largura da pista na entrada para a La Rascasse também foi aumentada, diminuindo a angulação da curva, aumentando a velocidade de contorno desse segmento. Com isso, houve nova modificação na extensão do traçado, que passou a ser de 3,340 quilômetros, cuja configuração é utilizada até os dias atuais.

Mônaco possui uma pista de baixíssima velocidade que gira no sentido horário e contem ao todo dezenove curvas, sendo onze para a direita e oito para a esquerda, tendo como recorde oficial no atual traçado o tempo de 1min14s439, conseguido por Michael Schumacher em 2004, com média de 161,528 km/h, a bordo da Ferrari F2004 V10.

As ultrapassagens são virtualmente  impossíveis, mas com um pouco de arrojo o piloto consegue utilizar as curvas 1 e 10 para completar a manobra, mas não sem antes contar com uma grande ajuda daquele que vem à frente.

O uso do DRS, a asa traseira móvel, é o mesmo em relação ao ano passado, ou seja, zona de detecção logo após da curva 16, curva final da segunda parte do trecho da piscina, zona de ativação a partir da saída da Anthony Noghès,  a curva 19, e por toda a reta dos boxes,  a curva 19, além de proibição da utilização do dispositivo no interior do túnel durante os treinos.

A "reta" principal possui uma ligeira curvatura para a direita e os carros atingem ao final dela pouco menos de 270 km/h antes de iniciarem a frenagem para a curva 1, a Sainte Dévote, feita em segunda marcha com a utilização da zebra no lado interno, local onde ocorrem muitos acidentes durante treinos e corrida.

Saindo da primeira curva, inicia-se um trecho em subida que serpenteia pelo morro até a Beau Rivage, a curva 2, feita com apenas um leve giro no volante, a cerca de 250 km/h, até chegar ao topo, a cerca de 270 km/h, onde se depara com a longa curva Massenet à esquerda (curva 3), em que o piloto reduz gradativamente até a quarta marcha, a cerca de 160 km/h, e que leva à famosa curva do Cassino, a curva 4 à direita, contornada em terceira marcha, por volta de 125 km/h.

A saída da curva do Cassino leva a uma breve reta onde em que há, logo no início dela, uma pequena elevação do lado externo da pista, uma marca registrada de Mônaco, que os pilotos tendem a evitar, fazendo um leve desvio para a direita, sendo seguida da a freada para a curva 5, a Mirabeau, feita em segunda marcha.

O piloto, então, entra em um brevíssimo trecho em aceleração em que chega a engatar a terceira marcha para evitar forçar o motor até começar a freada para outro conhecido local de Monte Carlo, a Loews, a curva 6, chamada hoje de curva do Fairmont Hotel (que também já foi chamada de Curva da Estação, ou da Gare), o grampo mais fechado, apertado e lento do calendário da Fórmula 1, feito em primeira marcha, a menos de 50 km/h, havendo necessidade de um acerto especial no curso do volante e também na suspensão para permitir que o carro faça a curva sem precisar manobrar de ré.

Na saída da Loews, o piloto tem de ter cuidado com a aceleração, para evitar que o carro patine, engatando a segunda marcha para a curva 7, a Baixa Mirabeau, apoiando o carro na zebra interna, que é traiçoeira e pode atirar o carro a acertar as barreiras do lado oposto.

Depois, o piloto deixa o carro escorregar o máximo possível para o lado externo da pista, sem mudança de marcha, a fim de um contorno mais rápido da curva 8, a Portier, que inicia o trecho costeiro ao mar, e que deve ser tangenciado com cuidado para não acertar o guard-rail na saída da curva como fez Ayrton Senna em 1988 quando liderava Alain Prost por mais de um minuto de vantagem.

Acelera-se novamente para o trecho de maior velocidade da pista, passando por debaixo do túnel, um trecho crítico em razão da mudança da luz natural para a luz artificial, com a existência de uma perigosa curva, a direita pouco antes da saída desse túnel, local em que já se acidentaram com relativa força Nico Hülkenberg, Heinz-Harald Frentzen,  Riccardo Patrese e Felipe Massa, feita em aceleração plena, exigindo que o piloto a contorne com exatidão para não acertar as barreiras.

Após o túnel o piloto atinge o local de maior velocidade do circuito, a mais ou menos 290 km/h, quando então tem de frear forte, em descida, para o contorno da Chicane Nouvelle, as curvas 10 e 11, feitas em segunda marcha, novamente com cuidado na reaceleração para evitar que as rodas traseiras girem em falso.

Este local, depois do fortíssimo acidente que vitimou Sérgio Pérez em 2011, foi remodelado para este ano, já que os organizadores tentaram amenizar o leve salto que existe na pista no trecho que leva ao desequilíbrio do carro justamente no ponto de freada.

Após a chicane inicia-se novo trecho em reta que leva à curva 12, a Curva da Tabacaria, feita em quarta marcha, a 160 km/h, em que o carro chega muito próximo do guard-rail na tangência e saída da curva.

Após a Tabacaria, o piloto acelera até engatar a quinta marcha para o contorno da primeira perna dos "Esses da Piscina",  hoje chamada de Louis Chiron, composta das curvas 13 e 14, onde se dá uma brevíssima aliviada no acelerador, a pouco menos de 210 km/h.

Na saída há outro local crítico do circuito, o qual foi protagonista de uma hecatombe no final da corrida do ano passado, onde se coloca a sexta marcha até a freada para a segunda perna dos esses, curvas 15 e 16, feitas em segunda marcha, novamente com apoio da zebra na parte interna da curva.

Saindo da piscina, um breve trecho em reta, ao final do qual há uma freada forte para o contorno da curva 17 e 18, essa última chamada de La Rascasse, em segunda marcha, a pouco mais de 60 km/h, local da presepada de Jarno Trulli que encerrou mais cedo a corrida de 2010, envolvendo Karun Chandhok.

Na saída, novamente o piloto tem de ter cuidado para não fazer o carro patinar, seguindo sem mudar de marcha com uma brevre freada para o contorno da última curva da pista, a Anthony Noghès, uma chicane feita a cerca de 90 km/h, onde é comum os carros tocarem o guard-rail, entrando novamente da reta dos boxes.

Aqui vai uma volta virtual pela pista de Mônaco:


Apesar de se tratar de uma corrida enfadonha em termos de ultrapassagens, é sempre muito interessante ver os carros se esgueirando por entre os guard-rails numa pista estreita, onde os pilotos devem mostrar uma aguçada habilidade de concentração tanto em uma volta lançada, como durante toda a prova, além do lado histórico e do charme do ambiente.

Além de um lugar à frente no grid de largada, outro fator que fará a diferença no resultado final, como tem sido usual em 2012, será o gerenciamento dos pneus, principalmente com a escolha pela Pirelli dos compostos super-macios, que serão utilizados pela primeira vez no ano, cuja durabilidade somente será conhecida após os treinos, e macios, os quais possuem, respectivamente, as faixas vermelha e amarela, perfazendo a mesma opção em relação àquela do ano passado.

Trata-se da corrida mais curta do calendário, com um total de 260,520 quilômetros, ou 78 voltas, a única que não segue a usual regra que normalmente determina a distância total de uma prova, ou seja, 305 quilômetros mais uma volta, pois se assim fosse, o limite de duas horas de competição seria fatalmente atingido sem que fosse percorrido o total de voltas previsto.

A prova deverá ter cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos caso não haja uma intervenção do safety car, que não deve ser desconsiderada, principalmente porque existe previsão de chuva para a hora da corrida, bem como para o momento do treino qualificatório, o que deverá tornar o fim de semana bem mais interessante para nós telespectadores, porém muito mais dramático para pilotos e equipes.

Depois de tudo que se viu nas primeiras cinco provas da temporada é impossível apontar o favorito para vencer em Monte Carlo, bem porque, por se tratar de uma corrida sui generis, tudo pode acontecer, até mesmo uma "zebra" não pode ser descartada, ainda mais e a meteorologia finalmente acertar a previsão.

Entretanto, tanto os pilotos da McLaren como da Lotus tentaram se esquivar, pois durante a semana declararam que a configuração de Monte Carlo não coadunam com a característica dos seus respectivos carros.

Uma coisa, porém, é certa: essa prova tem tudo para ser uma das mais emocionantes corridas em Mônaco na história da Fórmula 1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário