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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Montmeló



Após duas semanas desde a última etapa, tendo sido intercalado um teste em Mugello que, segundo as equipes, foi pouco proveitoso, o circo da Fórmula 1 finalmente aporta na Europa, onde a categoria se sente inteiramente "em casa", principalmente em razão de suas origens e também porque os deslocamentos entre as pistas se dão por meio de caminhões próprios das equipes, dando início à chamada temporada europeia, o que tradicionalmente ocorre em Barcelona.

A prova no domingo será o 56º GP da Espanha, sendo que apenas em 41 edições a corrida fez parte do calendário do Mundial de Fórmula 1,  ininterruptamente desde 1986, evento que já passou por duas vezes pelo circuito de Pedralbes (1951 e 1954), quatro vezes por Montjuïch (1969, 1971, 1973 e 1975), nove oportunidades por Jarama (1968, 1970, 1972, 1974, e de 1976 a 1981) e outras cinco vezes por Jerez de la Frontera (de 1986 a 1990), tendo Michael Schumacher o piloto que mais venceu esse GP com seis triunfos conseguidos em 1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004.

Desde 1991 a prova tem como palco a pista localizada na cidade Montmeló, a cerca de 30 quilômetros ao norte de Barcelona, denominada de Circuito da Catalunya, que já passou desde então por quatro modificações, a primeira em 1995, com a exclusão da chicane Nissan, que ficava entre as curvas 9 e 10, a segunda em 2004, quando a curva La Caixa foi antecipada, criando as curvas 10 e 11, com ângulos mais retos, e a última delas aconteceu em 2007, com a introdução da chicane antes da última curva da pista.

Essa derradeira modificação teve como intenção o aumento das ultrapassagens no final da reta principal, já que as duas últimas curvas no traçado anterior dificultavam a aproximação do carro que vinha atrás em razão da turbulência causada pelo carro que vinha à frente por se tratarem de curvas de média/alta velocidade. O piloto que vinha atrás, então, perdia aderência na dianteira e tinha de reduzir a velocidade para não acabar fora da pista, impedindo-o de "pegar o vácuo" a tempo para uma aproximação até a disputa da freada na curva 1.

Apesar da boa intenção dos organizadores, essa modificação não teve o resultado esperado, e as ultrapassagens em corridas de Fórmula 1 nessa pista continuam a ser eventos raros, pelo menos até o advento do DRS, ainda que o dispositivo não tenha contribuído necessariamente com um aumento significativo nas manobras de ultrapassagens no ano passado.

A pista de Barcelona tem hoje 4.655 metros de extensão e pode ser considerada de média velocidade, contendo duas partes distintas visíveis, os primeiros dois terços com curvas de alta/média velocidade, e o terço final com as curvas de baixa velocidade. Nessa atual configuração da pista, o detentor do recorde oficial é Kimi Räikkönen, que marcou o tempo de 1min21s670, com a média de 205,192 km/h, em 2008, com o Ferrari F2008 V8.

Por ser palco da maioria dos testes e treinos, trata-se de um circuito bastante conhecido pelas equipes, que possuem ciência dos efeitos causados pelo vento nos carros, já que um determinado acerto pode se tornar imprestável em caso de modificação do sentido da corrente do ar, o que não é raro.

O circuito gira no sentido horário, e possui dezesseis curvas no total, sendo nove delas feitas para a direita e sete delas para a esquerda, sendo que os melhores pontos de ultrapassagem são no final da reta principal e da reta oposta, porém as curvas 5, 7 e 10 são também utilizadas na tentativa de passar o carro que vem à frente.

A zona do DRS, a asa traseira móvel, foi mantida em relação a 2011, sendo também a maior área de uso, com um total de 830 metros, iniciando-se a partir da linha de chegada e se estendendo por toda a reta principal, tendo como ponto de detecção a entrada da curva 16, a Turisme de Catalunya.

A reta principal tem cerca de um quilômetro de extensão e os carros chegam a atingir 310 km/h ao final, quando então há a primeira freada forte, que se inicia entre as placas de 100 metros e 50 metros, para o contorno da curva 1, batizada de Total, feita em terceira marcha, apoiando o carro na zebra do lado interno, sendo logo seguida da curva 2, a Abolafio, à esquerda e feita em plena aceleração, já em quarta marcha, quando então se chega à curva 3, à direita, chamada de Renault, que é a mais longa do calendário da Fórmula 1, onde os carros chegam a pouco mais de 260 km/h, entrando em quinta marcha, saindo em sexta, com plena aceleração durante todo esse percurso.

A curva Renault, em um trecho de subida, é bastante traiçoeira e o piloto deve ter atenção para fazê-la corretamente, buscando a tangência logo no início, para depois deixar o carro escorregar para o lado externo, ou então o carro poderá perder a frente, havendo necessidade de aliviar o acelerador, tornando alvo fácil de ultrapassagens caso haja algum outro piloto logo atrás.

Logo após a curva 3 chega-se a um pequeno trecho em reta, momento em que é colocada a sétima marcha, chegando a pouco mais de 280 km/h, quando então, logo debaixo da passarela, há a freada para a curva 4, novamente à direita, a Repsol, em descida e totalmente cega na saída, também de raio longo, que é fechada no início, feita em terceira marcha, com o piloto novamente buscando a tangência logo no início da curva para então deixar o carro escorregar no trecho final.

Há um breve trecho de aceleração, onde o piloto alcança a velocidade de cerca de 250 km/h em quinta marcha, endireitando o carro ao traçado ideal para então frear forte para a curva 5, a Seat, à esquerda, feita em segunda marcha, também em descida, a cerca de 100 km/h, buscando a zebra na saída, como nova aceleração para uma curva 6, à esquerda, que é bem aberta, feita também sem aliviar a velocidade, sendo praticamente um mero desvio de trajetória.

Chega-se a um S, as curvas 7 e 8 (TV3 e Placo-Saint Gobain, respectivamente), situadas em trecho de leve aclive, em que a primeira perna (curva 7), à esquerda, é feita em terceira marcha, a pouco mais de 140 km/h. O piloto, então, coloca a quarta marcha a cerca de 190 km/h e deixa o carro escorregar para a segunda perna do S, a curva 8, à direita, utilizando neste processo praticamente toda a zebra do lado interno. Alguns pilotos chegam, aliás, a passar da zebra, chegando à parte de concreto pintado de verde, em uma volta rápida.

Após a curva 8, o piloto deixa o carro escorregar até a zebra do lado externo em uma pequena reta em subida, onde se atinge a quinta marcha, a cerca de 250 km/h, chegando à curva 9, a Campsa, que é cega e feita em quinta marcha à direita, no topo da subida, a cerca de 230 km/h, sem necessidade de freada, obrigando o piloto a apenas uma pequena aliviada no acelerador, e se trata de outra curva chave, pois se não houver a redução suficiente da velocidade, o carro tende novamente a sair de frente, e pode acabar no lado externo da pista, além da zebra, perdendo velocidade e consequentemente se tornando vulnerável a ultrapassagens.

A reta oposta é em descida, chegando à sétima marcha ao final, local onde se atinge cerca de 290 km/h antes da freada da curva 10, a La Caixa, à esquerda, feita em segunda marcha, a menos de 80 km/h, iniciando o trecho de baixa velocidade do circuito.

Na saída da curva 10, em novo trecho de subida, o piloto se prepara para o contorno da curva 11, também à esquerda, utilizando bem a zebra do lado interno, da curva, em quarta marcha, a cerca de 190 km/h.

Logo na sequência, uma pequena freada seguida da redução de uma marcha para o contorno da curva 12, a Banc Sabadell, a 130 km/h, uma curva difícil à direita, também longa e em aclive, quando então há um pequeno trecho de aceleração até o novo complexo de curvas construído em 2007, com a primeira curva à direita, a curva 13, chamada de Europcar, a 90º, reduzindo-se para a terceira marcha, a 130 km/h, quando então se atinge a freada para a Chicane RACC, curvas 14 e 15, à esquerda e depois à direita, ambas feitas em segunda marcha, a cerca de 100 km/h.

Na saída da chicane, o piloto volta à aceleração plena para contornar a última curva, a 16, à direita, chamada de Turisme de Catalunya, em quarta marcha, a mais de 200 km/h para novamente entrar na reta principal, completando a volta no circuito.

Segue aqui uma volta virtual pelo traçado:


Tendo em vista a abrasividade do asfalto da pista catalã, a Pirelli escolheu levar para a Espanha os compostos macios e duros, de laterais amarela e prateada respectivamente, o que poderá ensejar diferentes estratégias pelos times, já que a diferença de desempenho entre tais compostos é bem menos discrepante em relação ao ano passado.

Depois de vencer em Sakhir, a Red Bull volta a ser a grande favorita para manter sua invencibilidade de dois anos em Barcelona, valendo dizer que no ano passado, em treinos de qualificação, o RB7 do time austríaco foi cerca de um segundo mais rápido que o "melhor do resto".

Entretanto, é importante lembrar que, com o início da temporada europeia, todos os times apresentarão novidades e os primeiros grandes pacotes de atualização, o que poderá ensejar uma modificação na escala de forças desse bastante competitivo campeonato de 2012.

Normalmente, Montmeló, em razão de suas características, costuma "privilegiar" os carros mais equilibrados do grid, o que significa dizer que aquele modelo que se destacar nesta prova poderá atrair o favoritismo na sequência do certame.

Em razão da previsão de chuva para domingo, todos esses prognósticos poderão ser totalmente desfeitos, principalmente depois do que se viu em Sepang, com a vitória inteiramente inesperada de Fernando Alonso.

Para domingo, estão previstas 66 voltas, totalizando um percurso de 307,104 quilômetros, o qual deverá ser cumprido em menos de uma hora e meia caso a corrida seja disputada em tempo seco.

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