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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Spa Francorchamps


Depois de longas férias de verão de quase cinco semanas, já que a última prova do calendário, em Hungaroring, se deu em 29 de julho, a finalmente a Fórmula 1 volta a ser destaque nos noticiários porque chegou a vez de Spa Francorchamps sediar o GP de Bélgica, que desde 1988 é geralmente disputado no último fim de semana de agosto, com raras exceções.

Se Mônaco é a joia da coroa da categoria, Spa é a pista em que todos os pilotos apreciam correr, principalmente pela abundância de curvas de alta velocidade, as quais trazem imenso prazer para quem está ao volante. O traçado belga é cultuado pelos fãs de automobilismo, e é ali que os "bons-de-braço" se sobressaem em relação aos "pés-de-breque", sendo um alento a todos que gostam de corridas a notícia de que a pista renovou seu contrato com Bernie Ecclestone para permanecer ininterruptamente no calendário até pelo menos 2015, afastando a ideia de revezamento a partir de 2013 com um possível GP da França, que foi vetado pelo presidente francês que recentemente tomou posse do cargo.

Neste fim de semana acontecerá a 68ª edição do GP da Bélgica, sendo em 56 oportunidades como parte do calendário da Fórmula 1, das quais 44 vezes tiveram como palco Spa Francorchamps (1950 a 1956, 1958, 1960 a 1968, 1970, 1983, 1985 a 2002, 2004, 2005 e 2007 a 2011), enquanto Zolder abrigou a corrida por dez vezes (1973, 1975 a 1982 e 1984) e Nivelles, por sua vez, recebeu o evento em duas oportunidades (1972 e 1974).

Inaugurado em 1921, o circuito, localizado no meio da floresta de Ardennes, onde foi travada uma das mais ferozes batalhas da II Guerra Mundial em pleno inverno europeu de 1944/1945, utilizava as estradas públicas que ligavam as cidades de Francorchamps, Malmedy e Stavelot, com um percurso de quase quinze quilômetros de extensão, repleta de curvas de alta velocidade.

Porém, somente em 1939 é que o circuito foi modificado, com a introdução da famosa e temida curva Eau Rouge, seguida da Raidillon, para fazer da pista a mais rápida da Europa quando, em 1947, houve retirada de uma chicane na curva Malmedy, e transformando o antigo gancho da Stavelot em uma curva rápida em sequência à Holowell.

No final da década de 1960, a segurança precária da pista, principalmente em condições de chuva, que é muito comum na região, passou a ser objeto de protesto e apelos dos pilotos até que, em 1969, o evento foi boicotado por eles, razão pela qual a configuração extensa do traçado foi utilizado pela Fórmula 1 até 1970, quando Spa foi sacada do calendário, ainda que continuasse a ser utilizado por outras categorias até 1978, quando o circuito acabou sendo reduzido para o traçado conhecido atualmente depois de alguns acidentes fatais nas 24 Horas de Spa.

O GP da Bélgica, então, voltou a ser disputado na pista localizada na região de Liège em 1983, substituindo Zolder, que vira a morte de Gilles Villeneuve no ano anterior, e desde então vinha sofrendo apenas modificações na chicane Bus Stop quando, em 2007, a parte dos pits foi totalmente reformada e remodelada, com a criação de um novo traçado para a chicane que antecede a reta principal, estabelecendo o perímetro do circuito em 7,004 quilômetros, de longe a mais extensa da temporada.

Michael Schumacher é o maior vencedor do GP de Bélgica, com seis triunfos em 1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002, ultrapassando Ayrton Senna, que continua sendo o piloto que possui o maior número de vitórias consecutivas em Spa (1988, 1989, 1990 e 1991). 

No atual formato da pista, o recorde oficial pertence a Sebastian Vettel que, em 2009, cronometrou o tempo de 1min47s263, à média de 235,070 km/h, com o Red Bull RB5/Renault V8, ainda que alguns considerem como o recorde oficial a volta de Kimi Räikkönen 2004, quando marcou o tempo de 1min45s108, com média de 238,931 km/h, e que se deu numa pista ligeiramente mais curta, época em que a Bus Stop tinha outra característica.

O circuito gira no sentido horário, com um total de dezenove curvas, sendo nova curvas para a direita e dez para a esquerda. Os carros ficam 71% da volta em aceleração plena, sendo que os principais pontos de ultrapassagem são o cotovelo da La Source, a freada para a Les Combes e a Bus Stop, mas se o piloto for um pouco mais ousado, pode escolher passar alguém na entrada da Eau Rouge.

Para este ano, a FIA manteve o mesmo ponto de detecção do DRS em relação ao ano passado, posicionando-o a 235 metros antes do início da primeira perna da Eau Rouge. A zona de ativação, no entanto, foi reduzida em cinquenta metros, principiando-se 320 metros após à Raidillon, já na reta Kemmel, o que foi feito para evitar banalizar a ultrapassagem naquele ponto, como se viu na última edição do GP da Bélgica.

Tal qual ocorreu em 2011, por motivo de segurança, foi definida a proibição da asa móvel durante o contorno da Eau Rouge nos treinos livres e na classificação já que, com o aerofólio aberto, a traseira do carro pode ficar bastante solta e causar um acidente de grandes proporções.

A reta principal é relativamente curta, com um leve aclive na freada para a curva 1, a La Source, um grampo à direita bastante apertado em que é comum a ocorrência de acidentes e toques na largada, feito em segunda marcha, a cerca de 75 km/h.

Depois, inicia-se um trecho de reta em descida, permeada com uma ligeira curva que só exige um leve giro no volante. No final da baixada, o piloto recolhe o carro para o lado interno da pista para ter o melhor contorno da Eau Rouge, um "S" de altíssima velocidade formado pelas curvas 2 e 3, e que é feito pelos carros de Fórmula 1, em piso seco, sem nenhum alívio no acelerador, primeiro num mergulho rápido à esquerda, quando então o piloto traz o carro para a tomada da curva à direita em forte aclive.

No meio da Eau Rouge, o já se busca o contorno da curva 5, a Raidillon, à esquerda localizada bem no topo, "escorregando" para a zebra do lado de fora na saída, sendo que todo esse trecho é feito em sétima marcha, a cerca de 300 km/h, sob extrema pressão lateral e vertical, já que a súbita subida íngreme provoca o efeito da compressão, fazendo com que o piloto seja "afundado" contra a parte inferior do assento do carro, tirando a visão da saída da curva no topo.

O grande perigo nesse ponto é raspar o assoalho do carro contra o chão, principalmente porque a suspensão está no curso máximo em razão do carro estar ladeira acima, o que pode provocar uma brusca perda de aderência. Nessas condições o acidente acaba sendo inevitável e, claro, bastante forte.

Saindo da Raidillon, o piloto chega à reta Kemmel, passando pelo local onde Mika Häkkinen fez a antológica ultrapassagem sobre Michael Schumacher em 2000, utilizando o BAR de Ricardo Zonta como escudo, atingindo cerca de 330 km/h.

Entre as placas de 100 a 50 metros, o piloto freia forte para a tomada da Les Combes, um "S" composto das curva 5 e 6, reduzindo para a terceira marcha, a cerca de 140 km/h na primeira tomada à direita, aumentando gradativamente a velocidade para a segunda perna à esquerda.

Na saída, o carro é levado o máximo possível para o lado externo da pista para facilitar o contorno da curva 7 à direita, a Malmedy, feita em terceira marcha, a quase 180 km/h, engatando a quarta no meio do contorno da curva, utilizando bem a zebra externa como apoio.

Em seguida, há um pequeno trecho de reta em descida até a curva 8, a Rivage, um bastante ondulado gancho de raio longo à direita e com inclinação  negativa para facilitar o escoamento da água da chuva, feito em segunda marcha, a pouco menos de 110 km/h.

O piloto não deixa o carro escapar muito, e traz o carro para o lado interno da pista, onde a zebra é alta, dá um leve toque no freio e contorna a curva 9 à esquerda em terceira marcha, a pouco mais de 150 km/h, entrando em um novo trecho em reta em leve descida.

O carro acelera até a sétima marcha, reduzindo logo adiante uma velocidade para o contorno das curvas 10 e 11, a Pouhon, uma rapidíssima curva à esquerda de duas tangências, a primeira feita a cerca de 250 km/h, deixando o carro "espalhar" até a zebra, sem excesso, quando então se inicia a tomada da segunda perna, já a 270 km/h, colocando a sétima marcha um pouco depois da saída da curva.

Depois da Pouhon, o piloto acelera até outra chicane de alta velocidade, a Les Fagnes, freando forte, reduzindo a velocidade para 140 km/h, em terceira marcha, contornando a primeira perna à direita, a curva 12, com uma pequena aliviada no acelerador para fazer a curva 13, à esquerda, com cuidado para não alargar demais a saída da curva.

Novo trecho de aceleração até a freada para a curva 14, a Campus, uma curva à direita, feita em terceira marcha, a cerca de 150 km/h, onde se apoia bastante na zebra para um melhor traçado para a curva 15 também à direita, a Paul Frère, feita em quarta para quinta marcha.

A Paul Frère inicia o trecho em subida da reta Blanchimont, que é entremeada por duas curvas feitas em aceleração plena, a 16 e a 17, as duas à esquerda, a primeira feita em sétima marcha, a mais de 300 km/h, local onde Luciano Burti sofreu um forte acidente em 2001, que chegou a rachar o capacete do brasieiro na parte dianteira inferior, e a segunda, mais fechada, denominada de Blanchimont, é feita a pouco menos de 300 km/h.

Posteriormente à Blanchimont, segue-se em aceleração plena, atingindo pouco menos de 325 km/h até que se freia forte para a chicane Bus Stop, que compreende as curvas 18 e 19, sendo a primeira perna à direita e a segunda à esquerda, ambas feitas em segunda marcha, a menos de 70 km/h, levando o piloto novamente à reta principal para completar uma volta em Spa.


Aqui vão dois vídeos com uma volta virtual em Spa:


Para esse ano a Pirelli selecionou para a pista belga os compostos médios e duros, de faixas brancas e cinzas, respectivamente, modificando a opção de 2011, que foi macios e duros, situação que certamente fará com que todos realizem apenas uma parada para a troca de pneus durante a prova em caso de pista seca.

A característica de alta de velocidade em Spa obriga os carros a andarem com uma configuração aerodinâmica de baixo arrasto, o que significa asas com pouco grau de inclinação, já que a velocidade final conta, e muito, para uma boa volta na pista belga.

Depois dessa pausa das férias de verão, todos os times terão atualizações aerodinâmicas, e fica a dúvida para saber se a McLaren dará seguimento à grande melhoria do desempenho demonstrado em Hungaroring, que é bem diferente de onde a categoria correrá no domingo.

Teoricamente, o andamento da Ferrari  nas duas próximas provas do calendário, Spa e Monza, deverá ser crítico para as pretensões do time italiano, já que a principal característica dessas pistas é justamente a velocidade, algo que o modelo F2012 é bastante deficitário.

Também é importante ficar de olho em Kimi Räikkönen que, além de "bater na trave" em algumas oportunidades na tentativa de dar à Lotus a primeira vitória na temporada, costuma fazer boas apresentações em Spa Francorchamps, tendo triunfado em quatro das últimas cinco edições em que participou, 2004, 2005, 2007 e 2009, deixando escapar a vitória em 2008 em razão de uma estúpida rodada na penúltima volta na saída da curva Blanchimont.

É bom lembrar que o clima instável na região das Ardennas pode trazer chuva a qualquer momento da prova, e nem sempre a água cai na pista toda, já que não é raro a situação da pista estar seca num trecho e molhada no outro. Seja dito de passagem que há previsão de temperaturas baixas e chuva nesse fim de semana em Spa, principalmente no sábado, o que pode dar à classificação um tom mais dramático como foi em Interlagos no ano passado.

A previsão da meteorologia é de temperaturas baixas durante todo o fim de semana, mas chuva é "garantida" apenas na sexta-feira, durante os treinos livres, restando para os demais dias a instabilidade do clima, algo que poderá, dependendo do caso, ser favorável a Fernando Alonso.

A corrida está prevista para ser disputada em 44 voltas, totalizando um percurso de 308,052 km, que deverá ser cumprido em pouco mais de uma hora e vinte minutos em caso de pista totalmente seca.

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