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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Monza


Coroando o final da temporada europeia da Fórmula 1, nada melhor do que a visita ao templo sagrado do automobilismo, o Autodromo Nazionale di Monza, na Itália, pista mais rápida da temporada, em que os carros chegam a atingir velocidades acima de 340 km/h, mesmo com as três chicanes construídas, duas delas de baixíssima velocidade.

Aliás, o recorde oficial de velocidade final de um F1 foi quebrado no traçado italiano, já que em 2004, o piloto brasileiro Antônio Pizzonia registrou a marca de 369,9 km/h em plena reta principal com um Williams FW26/BMW V10.

A corrida de domingo será a 83ª edição do GP da Itália, 61 dos quais como integrante do calendário, e para se ter uma ideia do quão tradicional é essa pista italiana, basta dizer que desde 1950, ano em que foi criado o campeonato mundial, Monza ficou de fora do calendário da Fórmula 1 apenas em 1980, quando foi substituída por Ímola, que nos anos seguintes passou a sediar o GP de San Marino.

Monza teve sua construção iniciada em 1922 como comemoração ao 25º aniversário do Automóvel Clube de Milão, com a pedra fundamental assentada por Vicenzo Lancia e Felipe Nazzaro e entre 1940 e 1948 teve as suas atividades da pista interrompidas em razão da II Guerra Mundial.

A pista oval em torno do traçado misto faz parte do complexo desde a construção ao autódromo e é caracterizada pelo fato de girar em sentido horário, ao contrário dos ovais norte-americanos. Apesar disso, os famosos bankings de Monza, com uma inclinação de 30º, o que não permite que as pessoas consigam ficar inteiramente de pé em seu topo, somente foi utilizado pela Fórmula 1 em quatro oportunidades, 1955, 1956, 1960 e 1961, com um traçado que chegava a exatos 10 quilômetros.

A prova de 1971, edição em que os cinco primeiros colocados completaram a prova em um intervalo de apenas 0,61s e que foi vencida pelo norte-americano Peter Gethin pela margem de 0s01, marcou a última vez que Monza foi utilizado sem a existência de chicanes, as quais começaram a ser construídas em 1972 para tentar diminuir a velocidade e consequentemente o perigo na época em que os carros tinham o mínimo, ou quase nada, de segurança.

Primeiro houve o aparecimento da Variante Rettifilo na reta principal, cerca de 200 metros antes de onde ela está nos dias atuais, e da Variante Ascari, bem mais fechada que a atual, construída no local em que o bicampeão Alberto Ascari sofreu seu acidente fatal em 1955.

Em 1974, a Variante Ascari tomou o formato que permanece até hoje e em 1976 foi acrescida a Variante della Roggia, com a remodelação, ainda, da Variante Rettifilo, que passou a ter duas tomadas até que, em 1995, a segunda perna da Curva di Lesmo teve seu raio encurtado e cinco anos depois houve a criação da atual Variante Rettifilo, havendo também modificações na Viariante della Roggia, que ficou mais apertada e lenta.

Para não ser diferente, Michael Schumacher também é o maior vencedor do GP da Itália, com cinco triunfos em 1996, 1998, 2000, 2003 e 2006. Por outro lado, o recorde oficial da pista de Monza na atual configuração pertence a Rubens Barrichello que, em 2004, marcou o tempo de 1min21s046 a bordo de uma Ferrari F2004 V10 à média de 257,320 km/h, tempo que certamente não será alcançado pelos carros atuais da F1, que possuem motor V8 de 2,4 litros.

O circuito gira no sentido horário e possui um total de onze curvas, sendo sete para a direita e quatro para a esquerda, com os carros em aceleração plena em cerca de 76% do total de uma volta, que hoje possui 5,793 metros de extensão, o que significa que o fator motor vale de sobremaneira em Monza.

Os principais pontos de ultrapassagens são as freadas fortes depois de todos os retões, ou seja, na Variante Rettifilo, Variante della Roggia, Variante Ascari e Parabolica.

Visando readequar o DRS em relação ao ano passado, a FIA anunciou novamente a redução dos pontos de ativação, mantendo, no entanto, o mesmo esquema de 2011, ou seja, duas zonas de uso, cada qual com seu ponto de detecção.

O primeiro trecho para o uso do dispositivo será a 210 metros após a segunda perna de Lesmo, já na reta Serraglio, com a detecção posicionada 95 metros antes daquela mesma curva, enquanto que a segunda zona de ativação tem início 115 metros após a linha de chegada, cujo ponto de verificação será colocado a 20 metros da Parabolica.

Espera-se, no entanto, o uso do DRS não seja tão efetivo, já que os carros já estarão no limite mínimo de angulação da asa traseira.

Na realidade, o circuito é bastante simples, onde é essencial ter um bom motor e o mínimo de angulação dos aerofólios, o que faz com que os pilotos tenham de ser muito hábeis para "negociar" o contorno de uma curva, já que essa configuração aerodinâmica torna o carro bastante arisco, ainda mais em razão da necessidade do uso excessivo da zebra na tangência das curvas, principalmente nas chicanes.

Na reta principal, chamada de Rettifilo Tribune, os carros atingem mais de 320 km/h quando iniciam a volta, chegando antes de tocar no freio pela primeira vez a velocidade de 340 a 345 km/h. Na altura da placa de 100 metros o piloto freia muito forte, reduzindo a velocidade para cerca de 90 km/h, em primeira marcha, para o contorno da chicane Variante Rettifilo, primeiro à direita, a curva 1, de 90º, seguida da curva 2, ainda mais fechada, e o piloto deve ter cuidado para não "espalhar" demais na saída e acabar na caixa de brita.

Saindo da Rettifilo, há a retomada de aceleração até a Curva Grande, hoje chamada de Curva Biassono, a 3 à direita, que é rapidíssima, sem necessidade de levantar o pé do acelerador, e com um raio bastante longo, em que o carro entra na sexta marcha, local da ultrapassagem de Sebastian Vettel sobre Alonso no ano passado, engatando a sétima na saída, a cerca de 310 km/h, chegando então a uma pequena reta em que os carros atingem em torno de 330 km/h até uma nova freada forte na altura da placa dos 100 metros, reduzindo para a segunda marcha para o contorno das curvas 4 e 5, uma nova chicane, com a primeira perna à esquerda e a segunda à direita, a Variante Della Roggia, a cerca de 120 km/h, local em que também pune os excessos com uma excursão na caixa de brita no lado externo da saída da curva.

Novo trecho em reta, subindo as marchas até engatar a quinta, por volta de 270 km/h, seguida de nova freada, dessa vez não muito forte, reduzindo-se para a quarta velocidade, a pouco mais de 190 km/h, contornando a curva 6 à direita, local onde Lewis Hamilton bateu forte na última volta da corrida de 2009, que é a primeira perna da Curva di Lesmo, cuja segunda perna vem alguns metros adiante, após um pequeno fragmento de reta em que o piloto chega a engatar a quinta marcha, para depois frear novamente, reduzindo duas velocidades, contornando a curva 7 a cerca de 180 km/h, de novo com cuidado para não se exceder além da zebra.

Saindo da segunda perna de Lesmo, um novo retão, mas dessa vez entrecortado pela Curva del Serraglio, que se trata de um leve desvio na trajetória, feito em sexta marcha, já a mais de 300 km/h, passando por baixo da curva norte da pista elevada. No final da reta, o carro atinge mais de 330 km/h, freando forte de novo na altura da placa dos 100 metros, reduzindo quatro marchas, a cerca de 170 km/h, para entrar na Variante Ascari, uma chicane com três tangências, as curvas 8, 9 e 10, sendo a primeira uma curta à esquerda, utilizando bastante a zebra interna, quando então o piloto solta o carro para o lado interno da pista para a tomada da segunda perna à direita, que possui o raio mais longo, feita com o carro em plena aceleração, já com a quarta marcha engatada, a cerca de 220 km/h.

Na saída da 9, o piloto traz o carro para dentro à esquerda para contornar a terceira perna da Ascari, já engatando a quinta marcha, a mais de 230 km/h, novamente cuidando para não exagerar no uso da zebra na saída.

O piloto, então, ganha a reta oposta, que é a segunda maior da pista, onde se atinge cerca de 335 km/h ao final, quando então é preciso fazer uma nova freada forte um pouco antes da placa dos 50 metros, reduzindo para a terceira marcha, a 200 km/h para contornar a curva 11, a Parabolica, local que, em 1970, ocorreu o pavoroso acidente que vitimou o único campeão póstumo da categoria, o austríaco Jochen Rindt.

Após tangenciar a Parabolica, o piloto solta o carro para percorrer o final da curva pelo lado de fora, trazendo o carro para o lado interno mais ou menos próximo da entrada dos boxes, já em sétima marcha, a 300 km/h, completando uma volta no circuito de Monza.

Aqui vão dois vídeos com uma volta virtual no traçado que sedia o GP da Itália:


A Pirelli novamente resolveu alterar a seleção dos compostos para Monza em relação a 2011, pois serão usados os modelos, ao contrário dos macios e médios do ano passado, médios e duros, de faixa branca e cinza, respectivamente, a mesma escolha feita para Spa.

Em Monza, tem vantagem aquele que possui um motor mais potente, e isso é bastante claro pela característica de altíssima velocidade da pista. Neste quadro, abrem sorrisos aqueles que são equipados com os motores Mercedes, principalmente a McLaren, que sonha ganhar em plena casa da grande rival Ferrari, já que a última vitória do time de Ron Dennis por lá se deu em 2007, com Fernando Alonso.

O atual bicampeão, por outro lado, pretende continuar encostando em Alonso no campeonato e por isso quer repetir a conquista de 2011, quando conseguiu, finalmente, bisar o feito alcançado em 2008, prova em que Vettel surpreendeu o mundo ao vencer pela primeira vez na carreira com um carro da Toro Rosso debaixo de um temporal que raramente se vê essa época do ano na região do autódromo.

Já a Ferrari deverá contar com o apoio dos milhares de tifosi e certamente correrá pensando em desempenhar um bom papel, razão pela qual não seria surpreendente que Fernando Alonso repetisse o que conseguiu no ano retrasado, quando iniciou sua arrancada na disputa pelo campeonato, que foi perdida somente na última corrida de 2010.

Se a Lotus conseguir, finalmente, colocar em funcionamento o seu dispositivo do "duplo DRS" poderá ser encarada seriamente como franca favorita à pole e, porque não, à vitória, ainda que tenha de colocar no seu segundo carro, por conta da suspensão de Romain Grosjean, o belga Jérôme D'Ambrosio, que não faz uma corrida desde o GP do Brasil do no passado, quando corrida pela raquítica Virgin, atual Marussia, e por isso é uma completa incógnita.

A corrida é bastante rápida e está prevista para ser disputada em 53 voltas, totalizando um percurso de 306,720 km, que deverá ser cumprido em pouco mais de uma hora e quinze minutos em caso de pista totalmente seca, ressaltando que a previsão do tempo não aponta nenhuma possibilidade de chuva, muito pelo contrário, já que tudo indica que haverá sol e muito calor durante todo o fim de semana.

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