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domingo, 25 de novembro de 2012

Button vence em Interlagos e Vettel fica com o tri


E Interlagos foi, mais uma vez, palco de uma decisão histórica com um pouco de tudo, ou seja, a presença de diversos ingredientes que elevaram a tensão e o drama ao máximo, principalmente a instabilidade do clima e a chuva, que foram a "cereja do bolo" no dia de hoje, o que, de certa forma, lembrou demais o evento de 2008, levando todos a segurar o fôlego até certamente a primeira neutralização da prova.

Aliás, foi uma corrida digna para o encerramento de uma das temporadas mais disputadas dos últimos anos, principalmente no início da temporada, quando tivemos sete vencedores diferentes nas sete primeiras provas, incluindo a "zebríssima" primeira vitória de Pastor Maldonado em Barcelona.

Enquanto todos ainda "patinavam" com o entendimento quanto ao funcionamento dos pneus Pirelli, que sofreram ligeira modificação em relação ao ano passado, Fernando Alonso conseguiu a sua primeira vitória logo na segunda prova do ano a bordo de um carro que praticamente sequer conseguia avançar ao Q2 e a partir daí, com desempenhos constantes, inclusive com duas vitórias, uma emocionante em Valência e outra em Hockenheim, naquela que seria a última conquista do espanhol em 2012, começou a se sobressair, tendo como ápice o GP da Hungria, última prova antes das férias de verão, de onde Alonso saiu com a liderança isolada com quarenta pontos de vantagem para o segundo colocado, que na oportunidade era Mark Webber.

Quando já se esperava que era questão de tempo para que Fernando Alonso conquistasse seu terceiro título, e de forma brilhante com um carro que nunca foi o melhor do pelotão, estando, em algumas oportunidades, abaixo até da Lotus, o espanhol começou seu calvário, que teve início ao ser vítima de um alucinado Romain Grosjean na largada em Spa Francorchamps.

Para piorar a situação de Alonso, a Ferrari parecia parada no tempo, praticamente sem atualizações de peças, as quais, quando aconteciam, não davam ao F2012 qualquer melhora no desempenho, a ponto do espanhol quase "ter colocado a boca no trombone" em Buddh, momento em ameaçou postar no Twitter que a traseira do seu carro era praticamente a mesma desde Barcelona.

Com Hamilton enfrentando problemas de fiabilidade em seu MP4-27, e alguns azares, que impediram o campeão de 2008 de vencer ou de pontuar muito bem em Valência, Hockenheim, Spa, Cingapura e Abu Dhabi, foi a vez de Sebastian Vettel começar a crescer, aproveitando-se do excelente desenvolvimento do RB8 encabeçado pelo genial Adrian Newey, o que proporcionou ao alemão engatar uma série de quatro vitórias consecutivas, a qual somente foi interrompida devido à punição sofrida em Yas Marina, resultados que colocaram o tedesco na ponta, com uma vantagem pequena, mas que já se imaginava difícil de ser revertida por Alonso.

Essa "montanha russa" que permeou a temporada de 2012 acabou desaguando em Interlagos, circuito que novamente deu aos fãs do automobilismo, uma corrida memorável, com alternâncias, justamente para combinar com aquilo que se viu durante todo o ano.

Quando todos esperavam que a corrida se daria apenas com o tempo nublado, eis que algumas gotas começaram a cair antes da largada para embaralhar a cabeça dos pilotos e equipes, situação que começou a piorar pouco a pouco, levando quase todos a colocarem os pneus intermediários, até que a pista começou a secar, o que obrigou o retorno aos pneus de seco, que tiveram de ser substituídos já no final, já que a chuva resolveu voltar e com mais intensidade, gerando o acidente de Paul di Resta, o qual decretou o fim da prova.

Apesar de ser aquilo que Fernando Alonso desejava, já que em situação normal o título de Vettel seria praticamente confirmado na primeira curva, ambos os contendores ao tricampeonato tiveram seus momentos de felicidade e de lamentos.

A começar com Vettel que, com uma largada atipicamente cautelosa, perdeu várias posições, o que o deixou vulnerável ao pelotão ensandecido e quase pôs tudo a perder em um acidente com Bruno Senna logo na primeira volta na primeira perna do Curva do Lago, o qual considero um mero incidente de corrida, já que, revendo o replay do lance, pode-se perceber que o brasileiro mergulhou para a curva sem esperar que o piloto da Red Bull, que tinha por fora e estava encoberto para o piloto da Williams em razão da presença do carro de Paul di Resta entre eles, fechou a curva, levando ao toque entre ambos.

Com muita sorte, o toque não atingiu a suspensão do RB8, que somente sofreu danos na parte posterior do seu sidepods do lado esquerdo, com o custo de uma pequena perda aerodinâmica, o que permitiu ao atual tricampeão continuar a prova.

Em uma condição em que o título caía no colo de Alonso, Vettel tratou logo de "colocar a faca entre os dentes" até chegar ao terceiro posto antes de entrar nos boxes para colocar os pneus intermediários.

Estabelecendo-se na zona de pontuação, Vettel passou a se tranquilizar, tanto que não quis enfrentar Kobayashi na disputa pela sexta colocação, administrando sua corrida em relação àquilo que estava sendo alcançado por Alonso, atitude que levou o tedesco ao verdadeiro tricampeonato, sendo o terceiro a conseguir faturar três títulos na sequência, igualando a marca de Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher.

Por outro lado, Fernando Alonso também passou seus "wow moments" quando saiu da pista por duas vezes no "S" do Senna, agradecendo o fato de que a administração do autódromo resolveu asfaltar o local, pois se essas escapadas tivessem acontecido no ano passado o espanhol certamente teria encerrado sua prova ali, para depois, já no terço final da prova, quando a chuva voltou, conseguir segurar um revoltado F2012, que quase saiu da pista na saída do Curva do Sol, além de ter passado por certo apuro com retardatários voltas antes no mesmo lugar.

Com uma missão um pouco ingrata, Alonso fez o que podia e o segundo lugar conquistado pode ser considerado um resultado até melhor em relação àquilo que se esperava, tendo sido ajudado, para tanto, dos erros e abandonos alheios, além da chuva no final.

É realmente uma pena que haja a necessidade de haver um só campeão, já que tanto Alonso como Vettel mereciam a coroa de 2012, este último pela excepcional reação que teve praticamente no terço final da temporada, quando teve, sem dúvida alguma, o melhor carro de todos, e o primeiro pelo que fez até a paralisação do campeonato em razão das férias de verão, abrindo uma grande vantagem, em grande parte pelos desacertos de seus adversários, para então carregar seu carro nas costas e, aos "trancos e barrancos", manter-se vivo na briga até a derradeira prova do ano.

Apesar de meros coadjuvantes em razão da briga entre Alonso e Vettel, deve-se destacar os feitos de Hülkenberg, Kobayashi e, porque não, Felipe Massa.

O alemão teve um desempenho surpreendente ao conseguir enfrentar ambas as McLarens para ser aquele que mais liderou o GP do Brasil, com trinta voltas à frente, e deu esperanças à Force India de conquistar aquela vitória que lhe escapou de Fisichella em Spa, no ano de 2009. 

A pressão, no entanto, parece ter sido demais para Hülkenberg, que cometeu dois erros, o primeiro ao dar uma "meia rodada" no "S" antes do Pinheirinho, e o segundo quando tentou frear além do limite na parte úmida da pista para retornar à liderança e acabou bloqueando a roda traseira, atingindo o carro de Hamilton, acabando com a potencial vitória do britânico.

Mesmo com a punição que lhe foi imposta, o piloto da Force India ainda conseguiu um excepcional quinto lugar, que poderia ser quarto se não fosse o acidente causado por seu colega de equipe na Curva do Café.

Pretendendo sensibilizar algum chefe de equipe para ter um cockpit para 2013, já que perdeu o seu na Sauber para Esteban Gutiérrez e o dinheiro vindo da Telmex, Kobayashi fez uma grande corrida, chegando a figurar na quarta colocação, com direito a ultrapassagens sobre Vettel e Alonso, desempenho este que não pode ser apagado pela rodada ao final em disputa pelo sétimo lugar com Michael Schumacher.

Já Felipe Massa fez por merecer o pódio conquistado em Interlagos, primeiro com uma largada excepcional que o fez pular para o segundo lugar, e depois por um andamento sério que o colocou novamente na vice-liderança da prova  depois de cair para 14º lugar em razão do erro estratégico da Ferrari até que foi obrigado a abrir passagem ao seu colega de equipe, situação totalmente desnecessária, já que nem mesmo esse jogo de equipe salvou o título para o espanhol, sendo totalmente justificado o choro do brasileiro em seu segundo pódio do ano, o primeiro em Interlagos desde a trágica perda do título de 2008.

Em sua segunda despedida da Fórmula 1, dessa vez definitiva, Michael Schumacher fez realmente uma corrida de respeito, conquistando um sétimo lugar após abrir passagem para Vettel mesmo tendo figurado na última colocação por várias voltas, ainda que tenha sido salvo pela intervenção do safety car.

Por fim, o "momento noob"  e hilário da corrida vai para Kimi Räikkönen que, depois de protagonizar momentos hilários  de discussão com seu engenheiro na prova que venceu em Abu Dhabi, dessa vez tentou pegar um caminho alternativo após escapar na Junção, sendo obrigado a retornar depois de perceber que a saída estava fechada por um portão no antigo traçado da própria Junção. Para quem não viu, aqui vai o link: http://www.youtube.com/watch?v=ZNoluFOF_dk.

Entre as equipes pequenas, a Caterham, com o 12º de Petrov, que fez de tudo também em Interlagos, conseguiu reconquistar da Marussia a décima posição no campeonato, a qual havia sido perdida após o 12º lugar de Glock na caótica prova de Cingapura.

Essa foi a classificação final do GP do Brasil:

 Piloto (País)Equipe/MotorTempo de prova
Jenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benz71 voltas em 1h45min22s656
Fernando Alonso (ESP)Ferraria 02s754
Felipe Massa (BRA)Ferraria 03s615
Mark Webber (AUS)Red Bull/Renaulta 04s936
Nico Hülkenberg (ALE)Force India/Mercedes-Benza 05s708
Sebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renaulta 09s453
Michael Schumacher (ALE)Mercedesa 11s907
Jean-Éric Vergne (FRA)Toro Rosso/Ferraria 28s653
Kamui Kobayashi (JAP)Sauber/Ferraria 31s250
10ºKimi Räikkönen (FIN)Lotus/Renaulta 1 volta
11ºVitaly Petrov (RUS)Caterham/Renaulta 1 volta
12ºCharles Pic (FRA)Marussia/Coswortha 1 volta
13ºDaniel Ricciardo (AUS)Toro Rosso/Ferraria 1 volta
14ºHeikki Kovalainen (FIN)Caterham/Renaulta 1 volta
15ºNico Rosberg (ALE)Mercedesa 1 volta
16ºTimo Glock (ALE)Marussia/Coswortha 1 volta
17ºPedro de la Rosa (ESP)HRT/Coswortha 2 voltas
18ºNarain Karthikeyan (IND)HRT/Coswortha 2 voltas
19ºPaul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benza 3 voltas/abandono

Por apenas três pontos, Sebastian Vettel mantem sua invencibilidade na disputa de títulos e comemora o seu terceiro campeonato, deixando Fernando Alonso novamente para trás, tal qual o fez em 2010.

Com um carro bem inferior aos dos ponteiros, Räikkönen assegurou a terceira colocação nesse seu retorno após dois anos fora da categoria, ajudado, é claro, pelo abandono de Hamilton, deixando Button na quinta colocação, seguido de Mark Webber.

Após um catastrófico início de temporada, Felipe Massa conseguiu se recuperar para ficar com a sétima colocação no campeonato, uma a menos que em 2011, ainda que tenha conseguido marcar quatro pontos a mais em relação ao ano passado.

 Sebastian Vettel281
 Fernando Alonso278
 Kimi Räikkönen207
 Lewis Hamilton
190
 Jenson Button188
 Mark Webber179
 Felipe Massa
122
 Romain Grosjean
96
 Nico Rosberg
93
10º Sérgio Pérez
66
11º Nico Hülkenberg
63
12º
 Kamui Kobayashi
60
13º Michael Schumacher
49
14º Paul di Resta
46
15º
 Pastor Maldonado
45
16º Bruno Senna
31
17º Jean-Éric Vergne
16
18º Daniel Ricciardo
10
19º Vitaly Petrov
0
20º Timo Glock
0
21º Charles Pic
0
22º Heikki Kovalainen
0
23º Jérôme D'Ambrosio
0
24º Narain Karthikeyan
0
25º Pedro de la Rosa
0

Com o abandono de Hamilton, nem mesmo a vitória de Jenson Button salvou a McLaren e o vice-campeonato ficou mesmo para a Ferrari, razão pela qual esta foi a melhor temporada do time italiano desde que venceu o título de construtores de 2008.

Com um desempenho excepcional, a Lotus conseguiu arrebatar a condição de "melhor do resto", roubando essa posição da Mercedes, que por muito pouco não foi suplantada pela Sauber.

Na parte debaixo da tabela, a Caterham consegue a décima colocação e a Marussia, pela primeira vez, consegue sair da incômoda posição de lanterna que figurou em 2010 e 2011, deixando essa "desonra" para a HRT, time que foi colocado à venda e não se sabe se estará presente para a disputa do campeonato de 2013.

 Red Bull 460
Italy Ferrari400
United Kingdom McLaren378
United Kingdom Lotus 303
 Mercedes 142
 Sauber126
 Force India
109
 Williams
76
Italy Toro Rosso
26
10º Caterham
0
11º Marussia
0
12º HRT
0

A Fórmula 1 só retorna à atividade em 5 de fevereiro de 2013 com os primeiros testes de inverno, razão pela qual o lançamento dos novos carros deve começar somente a partir da segunda metade de janeiro.

Ainda restam sete vagas para 2013, quatro delas nas equipes pequenas (uma na Caterham, uma na Marussia e duas na HRT) e o restante em times que valem à pena, como é o caso da Lotus (que está próxima de renovar com Grosjean), Williams (que ainda tem dúvidas se promove Valtteri Bottas) e Force India, cujo cockpit é disputado a tapas entre Bruno Senna, Luiz Razia, Jules Bianchi, dentre outros.

O calendário do ano que vem terá vinte corridas, ainda que a prova inicialmente marcada para 16 de junho, a qual aconteceria nas ruas de Nova Jérsei, foi cancelada, e pode ser substituída por Paul Ricard, no tão esperado retorno da França à Fórmula 1.

Outra dúvida é o local que sediará o GP da Alemanha, já que Nürburgring, pista da vez em razão do revezamento feito com Hockenheim, decretou falência há alguns meses e não tem condições de arcar com as taxas exigidas por Bernie Ecclestone.

A Austrália, mais uma vez, abre a temporada de 2013 naquela que poderá ser a última corrida em Melbourne, no da 17 de março, com o encerramento marcado para o dia 24 de novembro também em Interlagos.

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