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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Circuito das Américas


A Fórmula 1 aporta nos Estados Unidos, país que tem com a categoria mais importante do automobilismo uma longa história de amor e repulsa, para a disputa da antepenúltima etapa do calendário, prova que pode definir o campeão da temporada, na novíssima e espetacular pista que recebeu o nome de Circuito das Américas, localizada na cidade de Austin, no Texas.

Com um intenso trabalho de Bernie Ecclestone para emplacar a Fórmula 1 no país que chegou a sediar três provas em um mesmo ano (1982, em Long Beach, Detroit e Las Vegas), os Estados Unidos finalmente retornam ao calendário da categoria depois de alguns anos de ausência.

Entretanto, não se pode dizer que foi tudo muito fácil, eis que o evento chegou a correr riscos de ser cancelado logo após o início das obras no ano passado em razão de supostos problemas financeiros enfrentados pelos organizadores, algo que foi, felizmente, contornado a tempo para que a prova fosse confirmada pela FIA.

Nos primórdios, a etapa norte-americana era representada na Fórmula 1 pelas 500 Milhas de Indianápolis, que somente foi incluída para que o certame tivesse o aval de "campeonato mundial", tanto que os pilotos e equipes que habitualmente corriam na Europa, onde eram disputados os demais eventos do calendário da época, não se predispunham a transpor o Oceano Atlântico para correr em um lugar em que seus carros não estavam adaptados, situação esta que durou de 1950 até 1960, ainda que desde 1959 o país da NASCAR abrigasse uma prova, iniciando sua caminhada separada do oval mais famoso do planeta no circuito de Sebring, na Flórida.

Aliás, desde 1959 até 1991 os norte-americanos sempre receberam a Fórmula 1 em seu solo pelo menos uma vez ao ano, na maioria das vezes em circuitos citadinos, como foi o caso de Long Beach, Las Vegas (uma ridícula pista montada no estacionamento do hotel/cassino Caesar's Palace, onde Nelson Piquet foi campeão pela primeira vez em 1981), Detroit, Dallas e Phoenix, sendo que, durante os anos de 1976 a 1983, o evento foi subdividido em GP dos Estados Unidos Leste e GP dos Estados Unidos Oeste para poder receber duas provas anualmente.

Apesar disso, de 1950 até hoje os EUA ficaram de fora do calendário da categoria em dois intervalos, um compreendido entre 1992 a 1999 e outro que se iniciou em 2008 a 2011, muito em razão do fiasco que se deu em 2005, ano em que apenas os então seis carros equipados com os pneus Bridgestone participaram da prova em razão da desistência dos demais times parceiros da Michelin, cujos pneus não aguentaram a forte pressão na curva inclinada.

Por essa razão, este será a 37ª edição do GP dos Estados Unidos, mas apenas em 33 oportunidades como parte da Fórmula 1, das quais tiveram como palco as pistas de Sebring (1959), Riverside (1960), Watkins Glen (de 1961 a 1980), Dallas (1984), Detroit (1985 a 1988, que ainda abrigou de 1982 a 1984 o GP dos Estados Unidos Leste), Phoenix (de 1989 a 1991) e Indianápolis (de 2000 a 2007, fazendo parte do calendário com as 500 Milhas entre 1950 a 1960), além de Long Beach, que entre 1976 a 1983 sediou o GP dos Estados Unidos Leste, e Las Vegas, que teve seu próprio GP em 1981 e 1982, tendo como maiores vencedores Ayrton Senna (com triunfos em 1986, 1987, 1988, 1990 e 1992) e Michael Schumacher (que terminou na primeira colocação em 2000, 2003, 2004, 2005 e 2006).

Neste ano, o evento norte-americano inicia uma nova etapa em uma pista construída especialmente para a Fórmula 1, e que pista!

Pela primeira vez Hermann Tilke parece ter acertado a mão no Circuito das Américas, com um traçado que aparenta ser excepcional em razão do grande variedade de curvas e da topografia local, que permitiu uma boa dose de subidas e descidas, além de uma série de curvas cegas.

A "montanha-russa" de 5,513 quilômetros de extensão se inicia logo após a linha de chegada, com uma longa subida ao final da reta dos boxes onde está localizada a primeira curva, um gancho com um raio bastante apertado no topo, deixando cega a tangência (similar à curva 3 de Buddh), iniciando um trecho de descida que antecede uma sequência de "esses" de alta velocidade que, em muito, lembram o trecho inicial de Suzuka, só que bem mais rápidos.

A reta oposta, com 1.200 metros, é uma das maiores do calendário e possui ganchos na entrada e saída, o que deve propiciar grandes chances de ultrapassagens, principalmente porque será nessa reta o trecho de ativação do DRS, que se iniciará 320 metros após a curva 11, com o ponto de detecção posicionado 150 metros após a curva 10.

"Fechando com chave de ouro" o percurso, o terceiro setor possui, dentre outras, três curvas interessantíssimas, a 15, com uma "falsa" tangência, a 19, uma curva com ângulo fechado, mas alta velocidade e que tem leve semelhança com a 14 do circuito de Buddh, porém pouca coisa mais lento e em sentido inverso, e por fim o complexo composto pelas curvas 15, 17 e 18, que na realidade é uma só com triplo apex contornado com o acelerador a pleno, uma espécie de "mini" curva 8 de Istambul.

Para se ter uma ideia do que está por vir, seguem abaixo dois vídeos contendo uma volta virtual pelo circuito de Austin:


O Circuito das Américas possui características bem parecidas com as de Buddh, longa reta, trecho com curvas rápidas e trechos com curvas lentas, situação que deve, a princípio, levar um certo favoritismo à Red Bull, que dominou o fim de semana na Índia e só não fez dobradinha no pódio em razão dos problemas enfrentados por Mark Webber com o KERS.

Após a prova em Abu Dhabi, a Ferrari realizou duranta a semana, para adiantar o trabalho que será desenvolvido nos treinos livres, testes com novos componentes, dentre os quais, especula-se, um novo assoalho, que deve ser a última e desesperada tentativa do time italiano em fazer frente a Sebastian Vettel, que fará neste domingo o seu 100º GP justamente no país onde correu sua primeira prova na Fórmula 1 em 2007.

Em Austin, a Pirelli será bastante conservadora, tendo escolhido os compostos médios e duros, de faixas brancas e cinzas, respectivamente, ressaltando que será permitido a todos os times contarem com um jogo extra de pneus duros por se tratar de uma pista nova.

A meteorologia prevê temperaturas agradáveis durante todo o fim de semana, algo que era perseguido pelos organizadores ao escolher o mês de novembro para sediar a prova, já em pleno outono no hemisfério norte, no lugar de uma dobradinha com a etapa canadense no calor do fim do mês de junho.

A corrida está prevista para ser disputada em 56 voltas, totalizando um percurso de 308,405 quilômetros, o qual deverá ser cumprido em cerca de uma hora e meia caso não haja qualquer intervenção do safety car, já que inexiste possibilidade de chuva.

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