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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Interlagos


E finalmente, encerrando a temporada, o circo da Fórmula 1 desembarca em São Paulo para o Grande Prêmio do Brasil no mítico circuito de Interlagos, o qual recebe o nome de Autódromo José Carlos Pace, sobre quem, quando completou os setenta anos de idade em maio de 2010, fiz um post contando um pouco sobre a história dessa pista fantástica.

Infelizmente, apesar dos apelos dos aficionados pelo automobilismo, não há qualquer plano para a revitalização do antigo traçado, ou mesmo das curvas inclinadas 1, 2 e 3, principalmente em razão da impossibilidade de se modificar a atual saída do pitlane, situação que poderia ser revista diante da possibilidade real de que todo o complexo dos boxes seja transferida para a atual reta oposta, cuja construção é condição para que São Paulo continue recebendo a categoria máxima do automobilismo.

Ainda sim, Interlagos possui seus atrativos, sendo uma pista de média para alta velocidade, onde se permanece com o acelerador em seu curso total em 74% da volta, e ideal para carros com bom equilíbrio aerodinâmico, principalmente para contornar o sinuoso miolo da pista, bem como para aqueles equipados com motores potentes, já que a principal reta tem seu início em um íngreme aclive, isso sem contar a perda de potência causada pela altitude em que se encontra São Paulo, a cerca de 760 metros acima do nível do mar.

Por todos estes motivos, pilotos e engenheiros têm que "quebrar a cabeça" para encontrar o melhor acerto, comprometendo o mínimo possível um setor pelo outro.

No domingo será disputado o 41º GP do Brasil, dos quais 39 fizeram parte do calendário oficial da Fórmula 1, já que o evento de 1972 foi extra-oficial e serviu apenas para a homologação da pista, sendo que, ao todo, Interlagos recebeu 29 edições da prova (1973 a 1977, 1979, 1980 e 1990 a 2011), sendo que as dez restantes (1978 e de 1981 a 1989) se deram no extinto circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. 

O maior vencedor do evento é Alain Prost, com seis triunfos em 1982, 1984, 1985, 1988, 1988 e 1990, enquanto que o recorde oficial da pista pertence a Juan Pablo Montoya que, em 2004, cronometrou o tempo de 1min11s473, à média de 217,038 km/h, com a bordo de um Williams FW26/BMW V10 3,0l.

O circuito possui 4,309 quilômetros e gira no sentido anti-horário, com dez curvas para a esquerda e cinco para a direita, tendo como principais pontos de ultrapassagem o final das duas retas da pista, mas os pilotos sempre contam com a criatividade para achar outros, como foi o caso de Ayrton Senna, que fez uma bela manobra, com direito a drible, sobre Damon Hill em 1993 entre a Curva do Lago e o Laranjinha.

Mesmo diante do fracasso do ano passado, com pouquíssimas ultrapassagens impulsionadas pelo DRS, a FIA insistiu em manter o único e curto trecho de uso da asa móvel na Reta Oposta, 133 metros após a tangência da Curva do Sol, enquanto que a zona de detecção foi posicionada exatamente na tangência da segunda perna do "S do Senna.

A linha de partida se encontra na porção final da grande reta da pista, batizada em 2010 de Reta Emerson Fittipaldi, já em trecho de leve declive, para iniciar novo aclive onde os carros chegam a cerca de 320 km/h, freando quase na placa dos cinquenta metros para contornar a curva 1 à esquerda, a primeira perna do "S" do Senna, que é ligeiramente cega, inclinada e em descida, com a redução de sétima para a terceira marcha, a pouco mais de 100 km/h.

Logo na sequência o piloto não permite o carro espalhar e já aponta o volante para a zebra da curva 2, à direita, a segunda perna do "S", com um pequeno alívio no acelerador, deixando o carro escorregar para a curva seguinte a 3, chamada de Curva do Sol, subindo progressivamente as marchas para, pouco antes do fim da curva, o piloto "soltar" o carro para o lado externo da curva.

Chega-se, então, à Reta Oposta, onde o bólido atingem novamente mais de 320 km/h para frear pouco antes da placa dos cinquenta metros, reduzindo para a terceira marcha, a cerca de 150 km/h, para o contorno da curva 4 à esquerda, a primeira perna da Subida do Lago, ou simplesmente Curva do Lago.

O carro desliza até a zebra externa, e às vezes até para fora da pista, iniciando o contorno da segunda perna da curva, marcada como 5, já em subida, também à esquerda, feita em aceleração plena, escorregando também para a zebra externa para uma pequena reta em aclive ainda maior.

Traz-se o carro para o lado de dentro e pouco antes da placa dos cinquenta metros há nova e leve freada para o Laranjinha, uma difícil curva em subida, com dois pontos de tangência, à direita, as curvas 6 e 7, feitas em quarta marcha, a cerca de 200 km/h, onde é comum sair de frente, iniciando o trecho do miolo.

Contornada a primeira perna, o piloto não deixa do carro escapar demais, e já traz para tangenciar a segunda perna, sem deixar o acelerador ir a fundo, pois um erro no contorno do Laranjinha faz com que o carro se desequilibre e passe demais sobre a zebra, havendo perda significativa de tempo e riscos de saída de pista, como Maldonado bem comprovou no ano passado.

Na saída do Laranja, o piloto freia novamente, reduzindo até a segunda marcha para o "S" de uma perna só, a curva 8 à direita, apontando o volante para a zebra interna, que é bastante utilizada, a pouco mais de 80 km/h, levando o carro novamente para dentro para o Pinheirinho logo na sequência, a curva 9 à esquerda, feita a mais de 90 km/h, onde é fácil se perder a frente em razão da cambagem da pista.

Depois, o carro escorrega para a zebra externa, acelerando gradativamente até chegar à quarta marcha até freada para a curva 10 à direita, o Bico de Pato, a mais lenta do circuito, reduzindo-se para a segunda marcha novamente, a pouco mais de 70 km/h, com uma saída bem traiçoeira pela leve inclinação negativa no local.

O piloto, então, não deixa o carro sair demais e o traz para contornar a curva 11, o Mergulho, em leve descida, em plena aceleração, já em quinta marcha, a mais de 230 km/h, mas com cuidado, pois o excesso levará o carro para fora da pista.

Logo em seguida, iniciando o terceiro setor, há novo trecho em subida, com o piloto freando para a curva mais importante do traçado, a Junção, que é a curva 12, à esquerda, em segunda marcha, a cerca de 120 km/h, contornada com certo cuidado para evitar a perda de velocidade na saída, o que torna o piloto vulnerável a uma ultrapassagem na reta que se segue.

O piloto finalmente atinge a reta principal, que é entrecortada por três curvas, todas à esquerda, a 13, logo na saída da Junção, a 14, chamada de Curva do Café, e a 15, que é bem inclinada e fica bem na entrada dos boxes, todas elas são contornadas a fundo, sendo que a Curva do Café, por exemplo, é feita em sexta marcha, a cerca de 280 km/h, e a 15, com o carro já está em sétima marcha, a mais de 300 km/h, para cruzar novamente a linha de chegada e completar uma volta pela pista.

Aqui vão dois vídeos com uma volta virtual por Interlagos.


A Pirelli resolveu modificar a escolha dos compostos para Interlagos, selecionando os médios e duros, de faixas brancas e cinzas respectivamente, opção mais utilizada neste ano, como foi em Austin, Monza, Spa Francorchamps e Sepang, sendo que a marca italiana ainda disponibilizará aos times na sexta-feira um outro jogo de pneus com a construção que será utilizada em 2013.

Há três anos invicta em São Paulo, com direito a jogo de equipe em 2011 que permitiu a Mark Webber triunfar pela única oportunidade no ano passado, Sebastian Vettel é realmente o favorito à vitória e ao título, principalmente porque precisa apenas de apenas um quarto lugar para não depender dos resultados de Fernando Alonso.

Com muita vontade, Lewis Hamilton é o único que poderá "carimbar", mais uma vez, a faixa da Red Bull, como fez no domingo passado ao vencer nos Estados Unidos justamente na etapa em que restou sacramentado do título de construtores à equipe austríaca.

É preciso lembrar, porém, que a meteorologia prevê chance muito grande de chuva para o sábado durante a qualificação e para domingo na hora da corrida, o que poderia, em tese, ajudar Fernando Alonso a se equiparar aos seus rivais, posicionando-se bastante forte na busca pelo título que lhe escapou em 2010 para Vettel que, na oportunidade, vivia situação bem semelhante à atual do espanhol.

A prova está prevista para ser disputada em 71 voltas, totalizando um percurso de 305,909 quilômetros, que deverá ser cumprido em cerca de uma hora e meia, a não ser que a chuva prognosticada pela meteorologia apareça.

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